Fentect protesta em frente ao Senado contra privatização dos Correios, nesta terça
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado vai debater e votar o relatório que trata da privatização dos Correios, nesta terça. Fentect alerta que população terá prejuízos com a venda da estatal
Publicado: 08 Novembro, 2021 - 14h40 | Última modificação: 08 Novembro, 2021 - 14h57
Escrito por: Rosely Rocha
Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios farão um protesto, a partir das oito da manhã, nessa terça-feira (9), em frente ao Senado Federal, contra a venda da estatal. O dia é importante por que, em seguida, às nove horas, terá início uma nova rodada de debates na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para votar o relatório que trata da privatização. O chamado é da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
O presidente da entidade, José Rivaldo da Silva, reforça que o Senado não pode dar um cheque em branco para o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), como fez a Câmara dos Deputados, ao aprovar o projeto de privatização dos Correios, sem debates mais profundos com a sociedade brasileira. Para ele, infelizmente, a maioria ainda não entendeu os enormes prejuízos que a venda da mais antiga estatal do país trará à população.
“A gente espera que os senadores tenham bom senso e defendam os Correios porque o projeto do governo não oferece garantias de que a população não será prejudicada com tarifas mais caras e falhas no atendimento”, diz Rivaldo.
O dirigente reforça que não haverá interesse de uma empresa privada em se deslocar para atender ribeirinhos e sertanejos, que moram longe dos grandes centros, já que a atividade não será lucrativa. Também há o risco das apostilas do Enem, e de livros didáticos que hoje são distribuídas pelos Correios não chegarem a escolas e estudantes, além da paralisação de outros serviços.
Presente em todos 5.570 municípios brasileiros, os Correios, além de entrega de correspondência e produtos, presta vários serviços em suas agências, como a emissão, regularização e alteração de CPF; emissão de certificado digital; entrada no seguro por acidente de trânsito (DPVAT); distribuição de kit da TV Digital e pagamento a aposentados de INSS. Toda esta gama de serviços não está garantida caso a empresa passe para mãos de empresários que só visam o lucro.
“E não é apenas o aumento da tarifa postal, o prejuízo será também das pequenas empresas que utilizam os serviços dos Correios para encaminhar os produtos que vendem pela internet. O empresário de pequeno porte, ou vai absorver o prejuízo ou vai repassar o preço e essa segunda opção é a mais provável”, alerta Rivaldo.
Todo o processo de privatização dos Correios é repleto de irregularidades. Até mesmo a Procuradoria Geral da República se posicionou contra a sua venda e o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, do governo Dilma Rousseff( PT), declarou que a venda de uma empresa que teve de lucro no ano passado R$ 1,5 bilhão , por um “valorzinho” como anunciou o governo, é crime de peculato.
O presidente da Fentect alerta ainda para o desmonte dos Correios feito pelos dois últimos governos, para que a população creia que o serviço não atende à sua necessidade.
“Não é por acaso que os Correios perderam 25% do seu quadro funcional. Em 2012 chegamos a ter 128 mil trabalhadores, hoje contamos apenas com 91.500”, diz.
Participe do tuitaço contra a privatização dos Correios, às 16 horas, desta segunda
A Fentect convoca a todos para o tuitaço nesta segunda-feira (8) , às 16 horas contra a privatização dos Correios. A entidade entende que é preciso ampliar a a mobilização em defesa desse patrimônio público, e pressionar os senadores a rejeitarem esse projeto nefasto contra a soberania nacional e o povo brasileiro. Vamos subir as tags: #nãoàvendadosCorreios e #derrubaPL591 no Twitter. Junte-se a essa luta em defesa dos Correios público e de qualidade para todos!
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