Delegadas e delegados do 9º Congresso participarão da mobilização nacional dia 31
Muita história de luta para contar e a certeza de grandes desafios a enfrentar nesse momento difícil para a classe trabalhadora brasileira marcaram os discursos da mesa de abertura do 9º Congresso Estadual da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Agricultura do Pará (Fetagri), realizada nesta quarta-feira (29) no Seminário Pio X, no município de Ananindeua, região metropolitana de Belém.
A vice-presidente da CUT Nacional, Carmen Foro, oriunda do meio rural paraense, resgatou a trajetória de luta da Fetagri na guerra pela terra num estado com dimensões de um país.
Ela lembrou que quando a Fetagri tinha 20 anos de existência – completa 50 no próximo ano – a direção foi tomada das mãos da direita e a entidade foi filiada à CUT. Desde então, segundo ela, a entidade vem seguindo uma trajetória de enfrentamento e ocupando espaços importantes na luta de classes no país.
Carmen citou como exemplo os diretores da entidade que estão na linha de frente, como ela na vice-presidência da CUT Nacional, a Euci Ana Gonçalves na presidência da CUT Pará, os diretores recentemente eleitos para a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (CONTAG). Ela também destacou a luta das mulheres pela paridade na direção da Fetagri Pará, o que vai ser posto em prática na gestão que será empossada neste 9º congresso, inclusive com a eleição da primeira mulher a presidir a entidade, a trabalhadora rural Angela Conceição de Jesus, do município de Salinas.
“Essa é a história da Fetagri Pará que devemos nos orgulhar e seguir em frente porque a luta na Amazônia é feita de muitos desafios e estamos vivendo um dos momentos mais difíceis e nossa história, mas, como diz Lenin, temos que nos agarrar na História para seguir na luta”.
Aristides Veras, eleito recentemente presidente da CONTAG ressaltou que nenhuma federação exerce tanta influência e liderança em uma região quanto a Fetagri Pará na região Norte. “Esta Fetagri é determinante para a Amazônia e para o Brasil. Sem o Pará e sem o Norte não haveria luta no nosso país”.
Ele disse que ao mesmo tempo em que sente honra de ter sido eleito para presidir a CONTAG, também sente uma grande responsabilidade. “Não tenho condições de dar conta sozinho. Quero dividir a gestão da CONTAG com vocês que estão na base e que vão nos ajudar com boas soluções para o conjunto da luta, para que a gente possa ser cada vez mais combativa e de luta”.
A presidente da CUT Pará, Euci Ana Gonçalves ressaltou que a central tem na sua origem a terra e a resistência da agricultura familiar. “Este congresso é fruto de resistência e construção. Foram 109 assembleias de base que elegeram 475 delegados e delegadas, além de 10 congressos regionais.
O Congresso da Fetagri prossegue até o próximo dia 31, quando os agricultores e agricultoras participarão da mobilização contra Temer e suas reformas.