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Fiéis da Universal são quem mais podem sofrer num governo Bolsonaro, diz pastor

Opinião é do pastor da Igreja Batista do Caminho, Henrique Vieira, após declaração de apoio de Edir Macedo ao candidato do PSL

Publicado: 04 Outubro, 2018 - 09h41

Escrito por: Redação RBA

Divulgação
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O mandatário da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, anunciou em rede social apoio ao candidato à Presidência da República nestas eleições, Jair Bolsonaro (PSL). O gesto não surpreende, mas seu poder de influência precisa ser avaliado, conforme analisa Henrique Vieira, historiador e pastor da Igreja Batista do Caminho.

"Infelizmente, a posição dele, pela influência que ele tem dentro da igreja, tem impacto. Até pela maneira personalista como ele se constrói dentro da igreja, falando 'em nome de Deus'. Primeiro é 'pastor', depois é 'bispo', agora é 'apóstolo'. Ele vai dando nomes de projeção cada vez maior para si. Então, infelizmente, algum impacto tem. Tendo a acreditar que não é um impacto total, não é uma relação automática. Certamente tem outras coisas que interferem no voto do eleitorado da Igreja Universal do Reino de Deus", explica Vieira, durante entrevista nesta quarta-feira (3) à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

Henrique Vieira lembra que na base da Igreja Universal há muitas mulheres e pessoas pobres, público que, ele acredita, tende a sofrer mais num eventual governo de Bolsonaro, com sua retórica de violência do Estado e de retirada de direitos.

"A própria base da Igreja Universal é composta por gente muito pobre e que tende a ser massacrada pela lógica de governo do Bolsonaro, tanto pelo viés econômico quanto pelo viés de segurança pública", afirma.

Ele destaca que Edir Macedo tem há tempos um projeto de poder e, para alcançá-lo, "age de maneira inescrupulosa", sem comprometimento com o evangelho de Jesus. Por isso, o apoio de Edir Macedo a Bolsonaro não surpreendente o pastor da Igreja Batista do Caminho, e apenas revela a atuação fisiológica do dono da Universal para alcançar seus interesses.

"Não há compromisso ético com a democracia, com os direitos humanos, com o povo mais pobre, o Estado laico, o respeito à diversidade. Esses princípios passam muito longe do universo de ação e pregação do Edir Macedo", enfatiza.

Ouça a entrevista na íntegra