A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) recebeu, nesta terça-feira (11/12), o prêmio Lúcio Costa entidades na categoria saneamento.
A premiação aconteceu na Câmara dos Deputados, em Brasília, sob coordenação da deputada Margarida Salomão, presidenta da Comissão de Desenvolvimento Urbano.
O presidente da FNU, Pedro Blois, afirmou que esse prêmio é um reconhecimento pelo trabalho realizado há décadas pela Federação “em prol da sociedade na luta contra a entrega do maior patrimônio do povo brasileiro: a água”.
Ele explicou que depois do golpe de 2016, que tirou do poder a presidenta Dilma Rousseff, teve início um processo para entregar o saneamento nas mãos da iniciativa privada e das empresas multinacionais.
“O governo golpista vem com um discurso falso de que essa é a solução para o país na questão do saneamento básico. Mas estudos e trabalho técnicos mostram que o Brasil vai na contramão do que acontece no mundo, onde ocorre a remunicipalização dos serviços públicos, dada a inoperância das empresas privadas”, afirmou Pedro.
O presidente da FNU destacou ainda que há diversos exemplos pelo mundo de empresas que não cumpriram o contrato e muito menos as promessas de universalização e melhor qualidade dos serviços e tarifa justa, o que acabou excluindo grande parte da população do direito à água e ao saneamento.
Professor Moraes
Outro agraciado pelo prêmio Lucio Costa foi o professor Luís Roberto Moraes, grande parceiro da FNU na luta pelo saneamento.
Moraes lembrou de sua trajetória desde 1985 quando, naquele mesmo auditório, debateu saneamento com os candidatos à presidência Tancredo Neves e Paulo Maluf.
Destacou os resultados da primeira Conferência Nacional de Saneamento, de 1999, que articulou políticas públicas que hoje estão em vigor no país.
Citou a luta pela Lei 11.445/2007. “Ela deve ser implementada e não vilipendiada. Assim como o Plano Nacional de Saneamento”.
Moraes falou ainda sobre os perigos de retrocesso, que já começaram, segundo ele, com a extinção do Ministério das Cidades.
E para finalizar afirmou: “A revogação da Emenda Constitucional 95 deve ser uma luta de toda a sociedade brasileira”.