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Ford Taubaté: Metalúrgicos se colocam à disposição da montadora para trabalhar

A Ford, que paralisou as atividades, tem tentado prejudicar os trabalhadores alegando à Justiça que eles estão em greve

Publicado: 17 Fevereiro, 2021 - 13h16 | Última modificação: 17 Fevereiro, 2021 - 14h42

Escrito por: Sindmetau

Sindmetau
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Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (17), os metalúrgicos da Ford Taubaté aprovaram, por unanimidade, se colocar à disposição da fábrica para o trabalho. Ficou definido que eles se apresentarão em suas áreas a partir das 13h.

A decisão foi tomada porque a Ford tem tentado prejudicar os metalúrgicos  alegando à Justiça que eles estão em greve. Uma manobra que não condiz com a realidade, uma vez que a paralisação das atividades na fábrica de Taubaté foi uma ação da própria montadora.

“A Ford joga sujo ao culpar os trabalhadores pela paralisação da produção para depois coagir e constranger. Não existe greve. Todos querem trabalhar. Nosso compromisso é com a geração de emprego e renda”, explica o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz.

Para Amauri Ananias, que trabalha há 11 anos na unidade, a decisão da assembleia de hoje foi muito acertada. “Nós não estamos em greve e todo mundo quer trabalhar. A gente contribuiu e muito com a Ford e queremos continuar contribuindo porque é daqui que tiramos nosso sustento”, disse.

“A Ford estava dando licença remunerada e não queria que os trabalhadores entrassem na fábrica. Nós, trabalhadores, queremos o direito de trabalhar todos os dias, todos os horários. Somos profissionais qualificados e preparados para retomar às atividades. Nosso objetivo é que a Ford produza e garanta o emprego das trabalhadoras e trabalhadores”, explica o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Cláudio Batista, o Claudião.

Na tarde de hoje acontece uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas. Nesta quinta, às 6h30, haverá uma nova assembleia com os trabalhadores na Ford para definir os próximos passos da luta contra o fechamento da unidade na cidade.

Impactos
O encerramento da produção da Ford no Brasil terá reflexos que vão além da demissão dos 5 mil trabalhadores e trabalhadoras da empresa. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a decisão da montadora pode causar um efeito dominó e impactar até 118,8 mil postos de trabalho no país.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o fechamento da Ford terá um impacto anual de mais de R$ 93 milhões em Taubaté, levando em conta apenas a massa salarial dos 830 trabalhadores diretos da montadora.