Escrito por: Eduardo Maretti, da RBA
Os franceses treinados pelo técnico Didier Deschamps suaram para bater a aguerrida seleção africana, mas mereceram a conquista. No domingo, final terá um tricampeão
A França de Mbappé bateu o Marrocos por 2 a 0 na noite desta quarta-feira (14) no Catar, pela segunda semifinal da Copa do Mundo. E fará final inédita no domingo, às 12h, contra a Argentina de Lionel Messi, que eliminou a Croácia. Ambas as equipes lutarão pelo tricampeonato. Marrocos e Croácia disputarão o terceiro lugar no sábado, também às 12h.
Os franceses treinados pelo técnico Didier Deschamps suaram para bater a aguerrida seleção marroquina. Mas no futebol não há injustiça se o resultado não tem interferência da arbitragem, e o juiz mexicano Cesar Ramos fez um trabalho correto. A conquista da vaga na final pela França é merecida.
Em um jogo que começou cadenciado, com as duas equipes se estudando, a rapidez e o repertório do time francês surpreenderam a forte defesa do Marrocos logo no início da partida. Os árabes-africanos até então haviam tomado apenas um gol na competição, quando venceram o Canadá por 2 a 1 na fase de grupos. Os jogadores marroquinos conquistaram boa parte dos torcedores do mundo ao ostentar a bandeira da Palestina na comemoração de vitórias.
Aos 5 minutos, Griezmann recebeu bola esticada de Varane e conseguiu escapar da zaga marroquina, que vacilou, e deixou o meia receber nas suas costas. O francês aproveitou o enorme espaço e cruzou da linha de fundo. A bola sobrou para Hernández, que não perdoou e fez 1 a 0. A história poderia ter sido outra se não fossem alguns lances capitais favoráveis aos europeus, incluindo esse gol inicial fruto de um cochilo.
O primeiro tempo no estádio Al Bayt foi técnico e eletrizante. Aos 17 minutos a França por pouco não ampliou, em novo cochilo da zaga africana, que deixou Giroud entrar livre e desferir uma bomba que explodiu na trave. Os europeus pareciam próximos de ampliar o marcador, mas Marrocos reagiu e terminou o primeiro tempo melhor. Aos 45, após escanteio, El Yamiq quase marcou um golaço de bicicleta, mas bola também bateu na trave.
O lance foi um prenúncio do segundo tempo. Marrocos voltou melhor do intervalo, partiu para cima e sufocou a França em seu campo até cerca de 20 minutos da segunda etapa, mas não fez gol. Os franceses conseguiram equilibrar, pondo a bola no chão e usando até de uma catimba que não é seu estilo.
Aos 31 da segunda etapa, o marroquino Hamdallah entrou na área e teve duas oportunidades de chutar a gol e marcar, mas não chutou. Demorou tanto que quando resolveu tentar já estava bloqueado. A hesitação custou caro. Três minutos depois brilharam as estrelas francesas. Mbappé entrou driblando na área, chutou mascado, a bola desviou e foi parar no pé de Kolo Muanim que havia acabado de entrar e só empurrou para o gol vazio.
A França tinha acabado de carimbar seu passaporte para a final inédita contra os argentinos. Campeã em 1998 e 2018, vai tentar o tricampeonato mundial contra uma seleção embalada, comandada pelo capitão Lionel Messi e incentivada pela impressionante torcida nas arquibancadas.
A Argentina foi campeã em 1978, na final contra a Holanda em Buenos Aires em plena ditadura, e em 1986, carregada por Maradona com sua mística “mano de Dios”, com a qual eliminou a Inglaterra nas quartas, para depois bater a Alemanha na final por 3 a 1.