“Free Palestine”: Jogadores de futebol condenam ataques em Gaza e em Jerusalém
Os palestinos começaram a protestar há cinco dias, quando a polícia israelense invadiu a mesquita de al-Aqsa, a terceira mais sagrada do islã, deixando centenas de feridos. A reação de Israel foi brutal
Publicado: 12 Maio, 2021 - 11h43 | Última modificação: 12 Maio, 2021 - 11h48
Escrito por: Redação CUT
Jogadores de futebol vêm se posicionando, ao longo da semana, contra os ataques recentes de Israel a cidadãos palestinos em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza. Os palestinos começaram a protestar há cerca de cinco dias, quando a polícia israelense invadiu a mesquita de al-Aqsa, a terceira mais sagrada do islã, deixando centenas de feridos. A reação de Israel foi brutal.
Nesta terça (11), Israel enviou 80 jatos para bombardear a região e concentrou tanques na fronteira, enquanto, em retaliação, o Hamas teria disparado ao menos 130 foguetes contra Tel Aviv, segunda maior cidade e capital econômica de Israel, de acordo com a Folha.
Segundo o serviço nacional de emergência de Israel, uma mulher de 50 anos foi morta após um foguete atingir um prédio de 13 andares. A torre abrigava um escritório usado pela liderança política do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza e é considerado terrorista por Israel, EUA e União Europeia.
Apesar da evolução da escalada de violência, o premiê Binyamin Netanyahu disse que Israel vai intensificar a força e a frequência dos ataques contra a Faixa de Gaza.
A violência dos ataques chamou a atenção dos jogadores, como mostra matéria do repórter Daniel Giovanaz, do BdF. A primeira manifestação de grande alcance ocorreu no sábado (8), quando os atletas e a comissão técnica do clube chileno Palestino entraram em campo contra o Colo-Colo com lenços em referência à causa palestina.
A matéria segue dizendo que, com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram, Sadio Mané, atacante senegalês do clube inglês Liverpool, também se manifestou. O camisa 10, eleito o 4º melhor jogador do mundo pela Fifa no ano passado, publicou na terça (11) a hashtag Free Palestine (Palestina Livre), seguida da frase "de partir o coração".
O meia Riyad Mahrez, do Manchester City, que acaba de vencer o Campeonato Inglês, postou na segunda-feira (10) uma bandeira palestina com os dizeres "Salvem Sheikh Jarrah". Com a mensagem, o atleta de origem argelina nascido na França se posicionou contra os despejos ilegais de palestinos do bairro Sheikh Jarrah pelas forças israelenses.
De acordo com a matéria do BdF, uma das mensagens mais compartilhadas sobre o tema foi publicada por Anwar El Ghazi, atacante holandês de origem marroquina, que defende o clube inglês Aston Villa: "Você não precisa ser muçulmano para defender Gaza. Só precisa ser humano".
Campeão mundial pela Seleção Francesa em 2018, o volante Paul Pogba, do clube inglês Manchester United, usou a hashtag "Pray for Palestine" (Reze pela Palestina). "O mundo precisa de paz e amor. Em breve será uma ajuda. Vamos todos nos amar", escreveu em sua conta no Instagram o jogador, descendente da República da Guiné, no continente africano.
Também em solidariedade ao povo palestino, Mame Baba Thiam, atacante senegalês do clube turco Fenerbahçe, citou em suas redes um versículo do Alcorão: "Por certo, a promessa de Allah é verdadeira. Então, não vos iluda a vida terrena e não vos iluda o ilusor, acerca de Allah!".
Mame Thiam também escreveu "Meu coração está com você, Masjid Al-Aqsa". A frase é uma referência à mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, onde palestinos muçulmanos foram atacados enquanto oravam no último final de semana.
Sobre o conflito
Israel ocupou Jerusalém Oriental durante a guerra árabe-israelense de 1967 e anexou a cidade inteira em 1980. Esse movimento nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
Nas entrevistas que vão a jornalistas do mundo todo, os palestinos reclamam do enfoque dado nos textos e edições.
Na rede americana CNN, uma repórter perguntou ao vivo para o palestino Muhammad al-Kurd se ele apoia “os protestos violentos” em Jerusalém. Sem titubear, ele rebateu: “Você apoia a desapropriação violenta da minha família?”. Quando ela pergunta o que ele sente em relação a um possível despejo, Kurd discorda da palavra: “Não é despejo, é expulsão étnica”.
A família de Kurd está em vias de ser expulsa do bairro palestino de Sheikh Jarrah pelo governo israelense, caso a Suprema Corte confirme decisão de primeira instância.
Os protestos contra a medida se espalharam pela cidade e foram intensificados depois da invasão da polícia israelense na mesquita de al-Aqsa.