Frente quer referendo sobre privatização da Eletrobras
Com entrega do sistema elétrico virão demissões, aumento de preços e perda de soberania
Publicado: 22 Fevereiro, 2018 - 16h51 | Última modificação: 23 Fevereiro, 2018 - 13h02
Escrito por: RBA
Trabalhadores e parlamentares apontam demissão de trabalhadores, aumento do preço e perda de soberania como consequências da entrega do sistema elétrico estatal ao capital privado
Derrotada a reforma da Previdência, a privatização da Eletrobras é a nova prioridade do governo Temer, que quer realizar a venda do sistema elétrico ainda neste semestre. No início da semana, a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para analisar a proposta.
Já os trabalhadores do sistema elétrico e políticos contrários à venda da estatal realizaram nesta quarta-feira (21) reunião da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Brasileiro e defenderam a necessidade de um referendo popular para que a população decida a questão. O proposta de referendo já conta com a assinatura de 260 deputados e senadores.
Para os integrantes da frente, a privatização do sistema elétrico deve acarretar demissões de trabalhadores e a "conta" da privatização vai cair no colo do consumidor, com aumento de até seis vezes no valor cobrado pela energia. "Nós já temos experiência em Pernambuco, no Maranhão e demais localidades, onde a iniciativa privada entrou. A primeira coisa que eles fazem é demitir", disse o diretor da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune), Fernando Neves ao repórter Uélson Kalinoviski, para o Seu Jornal, da TVT.
Segundo a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o governo acelera o desmonte do sistema elétrico com a venda de distribuidoras do norte e nordeste, cada uma delas com lance mínimo de R$ 50 mil reais. As companhias estaduais do Piauí, Alagoas, Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima seriam as que estariam em processo de privatização mais avançado.
Outra preocupação demonstrada pela senadora é com a soberania sobre os recursos hídricos. "Privatizar energia não significa só privatizar a geração e a distribuição, o que é muito grave, porque tira do Estado brasileiro a capacidade de planejamento e de combate às desigualdades regionais, e do próprio desenvolvimento nacional. Tira também a sua autonomia e soberania diante dos recursos naturais", afirmou, referindo-se sobretudo à consequente privatização da água dos rios que movem as hidrelétricas.
Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT: