Escrito por: Redação RBA
Manifestações no terceiro dia do festival enfrentam decisão do TSE, que proibiu o que chamou de ‘propaganda eleitoral’ depois que Pabllo Vittar e Marina declararam apoio a Lula
As manifestações políticas voltaram a marcar o festival Lollapalooza neste domingo (27), com a apresentação da banda Fresno e seu convidado Lulu Santos, mesmo após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir o que chamou de “propaganda eleitoral”, depois que as cantoras Pabllo Vittar e Marina declararam apoio a Lula nos shows de sexta-feira.
Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, soltou um “fora Bolsonaro!” no microfone neste terceiro dia do Lollapalooza, segundo reportagem de Caio Coletti e Pedro Henrique Ribeiro, no portal Omelete.
“Durante a canção ‘Fudeu!!!’, do disco mais recente do Fresno, o telão do show também exibiu o lema pedindo a saída do presidente do poder. A letra da música tem tons políticos, com versos como ‘o ideal fascista infiltrou seu núcleo familiar’”, destaca a reportagem.
O cantor Lulu Santos, convidado da Fresno, também se manifestou contra a decisão do TSE. “Como diz Carmen Lúcia, cala a boca já morreu, quem manda em minha boca sou eu”, declarou após cantar “Já Faz Tanto Tempo”, música que tem em parceria com a banda.
Segundo o UOL, ao final do show, após ele e a banda cantarem “Toda Forma de Amor”, música de Lulu, o cantor voltou a se manifestar e gritou “Censura, nunca mais”, sendo novamente aplaudido pela plateia presente.
A decisão do TSE divulgada neste sábado (26) atendeu a pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o partido, houve crime de propaganda eleitoral antecipada durante os shows de Pabllo Vittar e Marina, que declararam apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a Lei Eleitoral, as campanhas começam oficialmente em 15 de agosto.
Na decisão, o ministro Raul Araújo, relator do processo, ressaltou que a Constituição Federal assegura a livre manifestação do pensamento, “a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. No entanto, os artistas mencionados no processo “fazem clara propaganda eleitoral em benefício de possível candidato ao cargo de Presidente da República”.