Funcionários da Aurora paralisam por melhores salários e condições de trabalho

Nesta sexta-feira (4), os trabalhadores e trabalhadoras da Aurora, na cidade de Erechim (RS), completam o quinto dia de greve por tempo indeterminado. A decisão de cruzar os braços ocorreu na madrugada de segunda-feira, 31 de julho. Quase todos os 2 mil funcionários dos frigoríficos de aves e de suínos estão paralisados.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Erechim e Gaurama (Sindialimentação), Diego Lauer, a greve busca a conquista de melhores condições de trabalho, Plano de Participação nos Resultados (PPR) fixo, inclusão do vale-alimentação no acordo coletivo e o fim das jornadas aos sábados.

“Nossa data-base é 1º de junho. Estamos há dois meses tentando negociar com a empresa, fazer uma proposta que atenda às demandas dos trabalhadores, mas a direção da Aurora não tem interesse em valorizar seus funcionários mesmo com todo poder econômico que tem”, afirma Lauer.

A greve está sendo mediada pelo Judiciário e Ministério Público do Trabalho. Segundo o dirigente sindical, houve reunião entre as partes na terça-feira (3), sem acordo, e ficou marcado novo encontro para a próxima terça-feira (7). Lauer afirma que a greve pode ser suspensa, se a Aurora atender às reivindicações referentes ao cartão alimentação. 

Conforme o presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA-RS), Paulo Madeira, se não houver avanço nas negociações, a greve irá continuar e existe a possibilidade de paralisação da planta na cidade de Sarandi.

“Os trabalhadores estão mobilizados. A empresa ganhou interdito proibitório, os portões estão desobstruídos, mas o pessoal não está entrando. Temos uma adesão de 99% na greve. Seguiremos em luta para garantir os direitos dos trabalhadores”, explica Madeira.

Atual tesoureiro da Contac-CUT e presidente eleito no último congresso da Confederação, Josimar Cecchin esteve presente em Erechim para dialogar com a categoria em greve.

Ele salienta que “o sindicato reivindica o vale-alimentação como direito fixo, parte do acordo coletivo, assim como cobra uma jornada de trabalho de segunda a sexta-feira apenas, garantindo as folgas aos sábados e domingos, inclusive para evitar maiores adoecimentos como temos visto no setor de frigorífico no Brasil”