Escrito por: Redação CUT
Além do ato contra privatização da Rlam e demais ativos da Petrobras, petroleiros farão assembleias para discutir estado de greve, caso governo tente avançar com a privatização total da estatal
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados reforçam a luta contra a privatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, e contra a venda das demais unidades de refino da Petrobras.
O Conselho Deliberativo da FUP discutiu os novos desafios na luta contra as tentativas de privatização da Petrobras e o desmonte da estatal, em reunião realizada nesta terça-feira (30), e aprovou a realização de um ato nacional, na próxima sexta-feira (3). O ato é contra a privatização da Petrobras, da RLAM e seus terminais, e de demais ativos da petroleira.
A RLAM, segunda maior do país, foi vendida ao fundo de investimento árabe Mubadala por US$ 1,65 bilhão, a metade do preço que a própria Petrobrás havia definido como referência.
Além disso, serão realizadas assembleias, até o dia 19, para aprovação de Estado de Greve Nacional, preparando a categoria para um movimento paredista caso o Governo Federal tente avançar com a privatização total da Petrobras.
De acordo com nota publicada no site da FUP, os conselheiros afirmaram na reunião que “resistir à forte ofensiva privatista do governo Bolsonaro, que está colocando à venda o patrimônio público brasileiro a preço de banana, não é tarefa fácil”.
Mas, coordenadores e presidentes dos 13 sindicatos de petroleiros (sindipetros) filiados à FUP que participaram da reunião, sinalizaram ter identificado pelo menos dois aspectos comuns no discurso da base petroleira: 1) A categoria clama por “Fora, Bolsonaro”; e, 2) está preocupada com a ameaça iminente do governo federal apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei para privatizar a Petrobras.
A reação, aprovada pelos conselheiros, foi a realização do ato nesta sexta e um calendário de assembleias para aprovação de Estado de Greve Nacional.
A FUP propõe ainda ampliar a atuação da Brigada Petroleira em Brasília, Estados e Municípios. A Brigada tem como objetivo apresentar o conjunto de propostas da categoria, dialogando e articulando com diversos atores sociais e políticos para avançar na construção de um Brasil soberano.
No momento, uma das principais reivindicações da brigada em Brasília é que o Supremo Tribunal Federal julgue as ações de inconstitucionalidade das privatizações que foram feitas sem o aval do Poder Legislativo. Essa inconstitucionalidade foi denunciada pelo coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em Audiência Pública realizada na segunda-feira (29) na Câmara dos Deputados.
Dentro do calendário de assembleias, outro dos pontos a serem tratados é a aprovação de uma Contribuição Assistencial para a FUP e Sindicatos em 2022, a fim de financiar a luta contra as privatizações e a difícil negociação coletiva do próximo ano.
Bacelar convoca à totalidade da categoria para o debate: “Motivamos a todos nossos companheiros e companheiras a participar ativamente dessas importantes assembleias. Nossa participação é fundamental para fechar o ano com assembleias massivas, onde juntos iremos decidir os próximos rumos da luta contra as privatizações, em defesa dos nossos direitos”.
Com apoio da FUP.