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G-20: capitalismo predatório levou à tragédia de Mariana

Para CUT, empresas que desrespeitam meio ambiente também exploram trabalhadores

Publicado: 16 Novembro, 2015 - 18h20 | Última modificação: 16 Novembro, 2015 - 18h39

Escrito por: Redação CUT

Reprodução Facebook
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Campo de refugiados na Turquia

João Felício e Rosane durante encontro do G20João Felício e Rosane durante encontro do G20
A participação da sociedade civil no encontro do G20 (grupo dos 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia), na Turquia, terminou no último domingo (15) com a presença de organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip). 

Diante de lideranças das nações que representam 80% da economia e do comércio mundial, membros do L20 (formado por organizações sindicais dos países que compõem o G20), entre os quais a CUT, posicionaram-se contra a guerra e defenderam mais democracia e paz. 

Secretária de Formação da Central e também representante da Rebrip, ao lado de Adhemar Ribeiro, Rosane Bertotti, destacou que a CUT levou ao encontro a denuncia da tragédia em Mariana e avaliou que o caso é resultado da devastação que as transnacionais impõem ao meio ambiente e aos direitos trabalhistas. 

“Expressamos nossa solidariedade a todas as situações de refugiados da guerra bem como as vítimas do terrorismo inconsequente. E, denunciamos o massacre humano ambiental, cultural e econômico que representa o rompimento da barragem da Samarco, comandada pela Vale, em Minas Gerais, deixando um rastro de destruição e morte. Expressamos que as mesmas empresas que desrespeitam o movimento sindical são as mesmas empresas que desrespeitam a vida e o meio ambiente”, disse Rosane em relato publicado nas redes sociais. 

Além do debate amplo entre capitalismo e a exploração dos trabalhadores, o L20 também apresentou um documento com pontos que reivindicam um desenvolvimento focado na distribuição de renda e integração dos povos. Entre eles estão a cobrança por investimentos em formação profissional e aprendizado com o objetivo de criar empregos mais qualificados. 

O grupo cobra também garantias sociais como o salário mínimo, direitos trabalhistas e pisos de proteção social. 

Vida em refúgio – Dias antes dos atentados em Paris, que devem aumentar os obstáculos para os imigrantes de países em guerras, Rosane visitou um campo de refugiados e conta que a experiência mostra como o capitalismo desrespeita o ser humano. 

“Pude perceber o quanto o capitalismo faz o ser humano perder sua história, sua identidade. Mas também o quanto a solidariedade pode ser importante. Hoje, na Turquia, há cerca 400 mil refugiados, 50 mil estão nos campos organizados. O que visitamos tem 8.500 entre homens, mulheres e crianças. Na busca de uma saída na luta contra desespero, contra o medo e contra o imperialismo que mata, exclui. E, por outro lado a solidariedade do povo turco que recebe em seu país os refugiados como convidados. É preciso muita luta para mudar esta realidade”, disse. 

Para o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, a organização sindical, mais do que nunca é essencial que o sindicalismo amplie sua aliança com os movimentos sociais. 

“A amplitude e diversidade de forças jogam papel decisivo na conscientização e mobilização da sociedade contra um modelo altamente excludente e predador. Para enfrentarmos as transnacionais, defender o emprego e o trabalho decente precisamos trabalhar com a mesma lógica de unidade e atuação em rede ”, disse.