Escrito por: Júlia Pereira, da Rádio Brasil Atual
Pesquisa realizada com o G10 das Favelas, grupo das comunidades com maior expressão econômica do Brasil, mostra que o gasto médio com a alimentação das famílias é de R$ 1.079,10. Crise provoca mudança nos hábit
O gasto médio mensal com a alimentação das famílias que vivem nas maiores favelas do país é de R$ 1.079,10, equivalente a um salário mínimo, hoje de R$ 1.100. É o que mostra um estudo inédito feito com o G10, o grupo das favelas de maior expressão econômica do Brasil.
Segundo o presidente da Associação Ação Comunitária Nova Heliópolis, José Marcelo da Silva, o cenário de inflação e de elevado desemprego – que atinge 14,4 milhões de brasileiros, de acordo com o IBGE – tem causados impactos no dia a dia dos moradores da maior favela de São Paulo.
“Um dos principais problemas que as famílias enfrentam hoje em Heliópolis é que muita gente está na informalidade. Então, há uma dificuldade de manter o padrão de vida que elas tinham antes, quem se mantinha mais ou menos, com um bom ou médio salário, adota novas regras de consumo. Para aquelas que já tinham algum tipo de necessidade, ela dobrou”, aponta. A pesquisa mostra que até 57% das pessoas preferem fazer compras em mercados locais, enquanto outros 41% dos entrevistados escolhem super e hipermercados ou grandes atacadistas. No limite para sobreviverO levantamento revela ainda que a tradicional dupla arroz e feijão continua sendo prioridade na mesa de 94% das famílias. Em seguida estão o café o açúcar, citados por 71% dos entrevistados. O macarrão é listado na sequência, como uma prioridade para 54% das pessoas, já a carne é mencionada por pouco mais da metade dos entrevistados, 52%.
A avaliação do líder comunitário de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, presidente do G10 das Favelas, é que, com a alta dos preços dos alimentos, muitas famílias, principalmente as de baixa renda, estão com dificuldades de “manter uma cesta básica completa”. “A situação é muito difícil. Por exemplo, a carne virou artigo de luxo, antes podia substituir pelo frango, mas agora ele também está muito caro. A população está numa situação muito mais difícil e complexa para poder se alimentar bem.” Confira a reportagem