Escrito por: Rosely Rocha
Secretarias da Igualdade Racial e da Mulher Trabalhadora da CUT levaram dramatização, poesia e músicas de protesto, para lembrar os assassinatos da população negra e a violência cometida contra a mulher
Leitura de poesia, clipes musicais que denunciam o genocídio de negros e negras, dramatização da violência cometida diariamente contra esta parcela da população brasileira e também contra as mulheres foram representadas, nesta quarta-feira (9), no 13º Congresso Nacional da CUT - Lula Livre” – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia, que está sendo realizado em Praia Grande , litoral sul de São Paulo.
Aos poucos, mulheres entraram no ginásio, onde ocorre o 13º Concut, com cartazes onde se lia os índices de violência contra as mulheres. A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista destacou que as mulheres representam 52% da população brasileira e, que é preciso dar visibilidade à luta contra o assédio moral e sexual, tanto nos locais de trabalho, como nas ruas, bem como dar visibilidade ao feminicídio que cresce no Brasil.
“Nossa preocupação com as vida das mulheres aumentou com o governo de Jair Bolsonaro [PSL], um governo machista e misógino. Não é à toa que tem aumentado a violência contra as mulheres. No Brasil, a cada duas horas uma mulher é assassinada e a cada dia ocorrem 10 estupros coletivos contra mulheres, e as maiores vítimas dos estupros, desta atrocidade são nossas meninas de até 14 anos. Estão matando nossas meninas antes que elas cresçam. Por isso, é importante que um congresso da CUT abra espaço para esta denúncia”, afirmou Juneia.
Veja como foi o evento das mulheres na galeria de fotos
Vidas Negras Importam
Um poema sobre Agatha, a menina de 8 anos assassinada com tiros de um fuzil da polícia militar no Rio de Janeiro e sobre a vereadora Marielle Franco, morta por milicianos, foi lido na abertura do evento promovido pela Secretaria de Combate ao Racismo.
Carregando cruzes pretas e brancas, delegados e dirigentes de vários estados brasileiros, caminharam até o palco do evento, e as depositaram em uma urna, representando um caixão. O ato simbólico lembrou as mortes cada vez mais violentas da população negra no Brasil. Depois, os participantes do ato gritaram a palavra de ordem:" Vidas Negras importam"
A secretária de Combate ao Racismo, Maria Júlia Reis Nogueira, explica que trazer este ato para dentro do Congresso da CUT é para alertar a todas as delegações do país, que essas mortes não podem consideradas normais, que não se pode compactuar com essa violência.
“É preciso chamar atenção para as milhares de mortes, carregadas de muita violência, de negros Brasil afora. Parece que houve uma normalização dessa situação porque ninguém se manifesta. A violência não pode ser defendida por nós e por isso, esses assassinatos de jovens, mulheres e homens negros, mulheres têm de ser denunciados cotidianamente”, alertou Júlia.
Veja aqui o ato de combate ao racismo