Gerência dos Correios em Itajaí não negocia com grevistas e chama PM para intimidar
Trabalhadores do Centro de Entregas e Encomendas (CEE) de Itajaí/SC são surpreendidos com chegada da PM chamada pela gerência da unidade que se recusa a dialogar. Sindicato denuncia prática antissindical
Publicado: 15 Julho, 2022 - 10h59 | Última modificação: 15 Julho, 2022 - 11h27
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Em greve reivindicando melhores condições de trabalho, revisão do horário de entrada para o início da jornada de trabalho e aumento do efetivo, os trabalhadores e as trabalhadoras do Centro de Entregas e Encomendas (CEE) de Itajaí, em Santa Catarina, foram surpreendidos nesta quinta-feira (14) com a chegada da Polícia Militar (PM).
A PM foi chamada pela Gerente de Atividades Externas (Gerae), que responde pela unidade e se negou a dialogar com os grevistas, de acordo com postagem na página do Facebook do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correiose Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect-SC).
“Mais uma vez a Superintendência de Santa Catarina tenta criminalizar o trabalho dos dirigentes sindicais”, diz o texto.
Os sindicalistas conversaram com os policiais e explicaram que o objetivo da mobilização é reivindicar melhores condições de trabalho. Os trabalhadores cruzaram os braços, disseram os dirigentes, em protesto até que seja estabelecido o diálogo com as chefias para a solução dos problemas.
Eles repudiaram a atitude antissindical e discriminatória usada pelas chefias do CEE-Itajaí, que, “sob a orientação da Superintendência acionaram a PM duas vezes para intimidar os trabalhadores ecetistas, cumprindo determinação do governo Bolsonaro”, afirmou o dirigente Hélio Samuel de Medeiros, se referindo ao presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Segundo ele, o sindicato vai continuar buscando o diálogo com quem pode resolver os problemas, a Superintendência em Santa Catarina e outras gerências além do Gerae.
“Quem chamou a polícia foi a Gerae a mando do Gedis e Superintendente’, disse o dirigente Manoel Marcelino.
“A direção da entidade sabe que a ordem para chamar a PM passou por todos eles, mas o que queremos é o diálogo e isso não é crime”, concluiu.
Saiba o que é prática antissindical
São chamadas de práticas antissindicais medidas ou atos que, direta ou indiretamente, cerceiam, desvirtuam ou impedem a legítima ação sindical em defesa e promoção dos interesses dos trabalhadores.
A prática antissindical é proibida pela Convenção nº 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo artigo 8° da Constituição Federal.
São exemplos de conduta antissindical rebaixamento de cargo ou salário de trabalhador como pena por ele ter se sindicalizado; trabalhador ou patrão que estimulam, incentivam e até fazem “campanhas internas” para os empregados não se associaem ou oara se desassociarem do sindicato e não contribuírem para nenhum tipo de arrecadação que ajude na luta por direitos; e ações para intimidar trabalhadores que lutam por direitos, como aconteceu no CEE-Itajaí, entre outras.