Escrito por: Redação RBA

Gleisi acusa Lava Jato de corrupção, formação de quadrilha e mais dois crimes

A deputada denuncia que as operações e acordos da Lava jato com Petrobras e Odebrecht, mediados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, configuram também lavagem de dinheiro e organização criminosa

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Lembrando que, no próximo domingo (7), quando se completa um ano da prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e começa a Jornada Lula Livre, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) fez um duro discurso na tribuna da Câmara dos Deputados no final da manhã desta quinta-feira (4). Ela acusou os membros da operação Lava Jato de incorrerem em quatro crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.

"Quem teria de estar preso não era Lula. Quem teria de estar preso é Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, porque incidiram em crime. Primeiro, de corrupção passiva, artigo 317 do Código Penal, ao entregar informações relevantes aos Estados Unidos e Suíça para prejudicar as empresas e o Brasil. E receberam por isso", disse a deputada.

A petista paranaense declarou ao microfone que Lula "é vítima de um power point" do procurador Deltan Dallagnol e da perseguição "implacável" do juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça. "Agora descobrimos que tudo isso tem algo mais forte por trás, além das condenações".

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Ela mencionou interesses do Departamento de Justiça norte-americano, "que desde 2009 treina os componentes da força-tarefa da Lava Jato". Ela citou "o acordo com a Odebrecht na Suíça mediado pelos EUA".

A parlamentar afirmou, ainda, que o entendimento celebrado pela força-tarefa com a Petrobras "é um acordo de lesa pátria".

"Incorreram no crime de lavagem de dinheiro, lei 9.613. Criaram um fundo que já tem dinheiro e queriam criar uma fundação, a despeito da PGR, para receber dinheiro em troca das informações. Isso é lavagem de dinheiro", disse.

A petista continuou dizendo que os membros da Lava Jato "atuaram de maneira organizada e hierárquica para desviar recursos públicos por fora do orçamento ao colocar esses recursos num fundo e numa fundação: portanto, incorrem em formação de quadrilha, artigo 288 do Código Penal".

Por fim, de acordo com Gleisi, "usaram recursos obtidos de forma ilícita" para sustentar e promover atividades de interesse pessoal, de seus gestores, além de interferir em questões de governo. "Isso é organização criminosa, Lei 12.850". 

A Lava Jato arrecadou RS$ 9,3 bilhões com os acordo, segundo ela. A deputada acrescentou: "Acuso a operação Lava Jato de incorrer em quatro crimes, deixando preso um homem inocente. Mas nós vamos resistir e tirar a limpo isso."