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Gleisi diz que sua absolvição pelo STF pode ajudar a inocentar Lula

Para presidenta do PT, absolvição pelo um placar de 5 x 0 na Segunda Turma do STF comprova que delações devem ser investigadas e não ser utilizadas como provas, como é o caso do processo contra Lula

Publicado: 21 Junho, 2018 - 18h41 | Última modificação: 21 Junho, 2018 - 19h11

Escrito por: Rosely Rocha, especial para Portal CUT

Gibran Mendes, da CUT-PR
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A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, falou com a imprensa pela primeira vez após ser absolvida pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da falsa acusação de corrupção e lavagem de dinheiro em uma das ações da Operação Lava Jato. Em entrevista coletiva dada ao lado do ex-deputado federal Ângelo Vanhoni, nesta quinta-feira (21), em Curitiba, ela disse que carregou por quatro anos o peso de ter sido julgada de uma forma errada e que isso causou prejuízos não só para sua carreira política, mas também para a vida pessoal.

Foi uma caminhada muito difícil para mim, minha família e amigos, pois não cometi crime algum
- Gleisi Hoffmann

“Quem vai me pedir desculpas, restituir os danos que tive com a desconstrução da imagem pública, as ofensas que minha família recebeu?”, questionou Gleisi, para em seguida responder: “Isso não tem recuperação”.

Gleisi afirmou que sabe o que fez e o que não fez na vida e criticou o modo como as delações premiadas são conduzidas.

"Não se pode condenar ninguém sem provas, não se pode condenar alguém por delação", argumentou a senadora ao destacar que foi absolvida por 5 votos a 0 pelos ministros da Segunda Turma do STF .

A senadora ressaltou a importância de sua absolvição para todos que são acusados por delatores que querem reduzir suas penas, dizendo que o resultado do julgamento foi uma vitória contra as delações premiadas que visam apenas incriminar pessoas para conseguir benesses. Para ela, sua vitória no STF reforça que ninguém pode ser condenado sem provas.

Essa decisão do STF é uma vitória da sociedade brasileira, que tem assim, resgatado o Estado de Direito
- Gleisi

Segundo a presidenta do PT, os argumentos da sua absolvição podem ser aplicados ao processo do ex-presidente Lula, condenado a 12 anos de prisão, no caso do triplex de Guarujá, em que ele nunca morou, nem sequer teve a chave e que já foi comprovado que pertencia à empreiteira OAS, foi até leiloado para pagamentos de dívidas da empreiteira.

“Não tem justificativa a prisão do Lula. Qual o risco que ele oferece à sociedade e à condução do seu processo? perguntou Gleisi para logo em seguida responder: “É uma prisão política porque o que o mantém preso são as delações”.

Gleisi criticou ainda o assédio da Polícia Federal (PF), conforme noticiado pela imprensa golpista, aos empregados do sítio de Atibaia, que o juiz Sérgio Moro também diz pertencer a Lula, que está sendo acusado de recebê-lo em troca de favores à  Odebrechet.

“O processo de Atibaia é baseado em delações, numa atuação da PF fora do processo legal. Isso é muito grave”, disse a senadora.

Gleisi falou ainda sobre os dois processos que estão tramitando contra ela na Justiça por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, lembrando que ambos se baseiam em delações, sem provas e disse que, por isso, está tranquila.

“Não há uma prova, um telefonema meu, um contato, nada”.

Gleisi encerrou criticando a politização do MP do Paraná, onde os processos “têm um alto nível de politização”. 

“A maior vitima do estado de exceção no Brasil é o ex-presidente Lula”, acusou a presidenta do PT.