Escrito por: CUT
A afirmação é de observatório político francês, que criticou a ascensão ao poder de um projeto político derrotado nas eleições
Foi divulgado nesta semana, na França, o balanço anual do Observatório Político da América Latina e Caribe (Opalc) analisando a economia e política na região. O documento tece críticas ao golpe parlamentar que derrubou a presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff.
“Como na maioria dos períodos de crise que o Brasil conheceu em sua história, a solução de conflitos políticos acontece fora da arena eleitoral, em um círculo fechado das elites. Mas, desta vez, a solução não foi negociada. Ela foi imposta pelo desvio de um instrumento da democracia (o impeachment)”, explica o balanço da Opalc, para quem “os representantes corromperam a democracia brasileira.”
Para a entidade, o golpe é forjado na união de diversos setores. “Essa corrupção moral do regime constitucional foi somada a uma corrupção moral e financeira do sistema político, reforçando o descrédito da democracia”. O documento explica que a saída da presidenta Dilma Rousseff se deu de “maneira brutal, abusiva e indecente.”
Ainda no documento, a Opalc questiona a chegada ao Palácio do Planalto um governo com ideias que foram rejeitadas nas urnas. “A queda de Dilma provocou um expurgo governamental e a ascensão de um projeto político que havia sido minoritário nas eleições de 2014. Nesse sentido, a alternância política que resultou da destituição pode ser qualificada como ilegítima”, encerra.
Com informações do DW