Escrito por: Redação CUT

Governador de Goiás decreta lockdown a partir desta terça-feira (30)

Estado foi um dos primeiros a decretar quarentena, em março, mas em abril reabriu completamente a economia. Agora, o número de casos está explodindo

Rovena Rosa/Agência Brasil

Um dos primeiros a decretar medidas de isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19), o governador de Goiás, Ronaldo Caiaso (DEM), foi também um dos primeiros a flexibilizar a quarentena para aquecer a economia. Quando reabriu a economia disse que seria ‘referência’ nas ações de combate a pandemia 'para todo o Brasil’. Nesta segtunda-freira (29), Caiado decretou lockdown, confinamento obrigatório, por 14 dias em todo o estado.

A decisão foi tomada após a Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgar um novo estudo em que estima um colapso hospitalar em julho. De acordo com o estudo, o estado vai precisar de 2 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e pode ter até 18 mil mortes por Covid-19 até setembro.  

A UFG propôs a estratégia chamada 14 por 14, ou seja, o comércio ficaria fechado 14 dias, e, posteriormente, 14 dias em funcionamento, até a estabilização dos casos de coronavírus, mas isso depende dos prefeitos.

Na coletiva em que anunciou o confinamento obrigatório Caiado por 14 dias pediu ajuda dos prefeitos, já que segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) os municípios têm autonomia para tomar as decisões sobre a crise sanitária.

O vai e vem de Goiás 

No início da pandemia, em 12 de março, Caiado, que é médico, assinou o primeiro decreto de situação de emergência na saúde de Goiás para conter a disseminação do vírus. Na véspera, o estado tinha registrado 17 casos suspeitos - três foram confirmados. A primeira morte por Covid-19 foi registrada no dia 26 de  março em Luziânia.  A vítima foi uma mulher de 66 anos, com registro de diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica. Ela também foi a primeira vida perdida para o coronavírus no Centro-Oeste.

Pelo primeiro decreto, só podiam funcionar estabelecimentos de serviços essenciais, mas a medida sofreu uma série de alterações até que no dia 3 de abril, o governador autorizou o funcionamento de escritórios, feiras, cartórios e atividades administrativas de ensino.

No dia 20 de abril, o governador anunciou a flexibilização das restrições e autorizou celebrações religiosas e atividades de salões de beleza, oficinas e construção civil, e deu autonomia às prefeituras para decidirem sobre a abertura de alguns setores. Foi mantido o isolamento social no estado e os vetos às aulas na rede estadual de ensino e visitas a detentos nas penitenciárias.

A justificativa na época era a de que o estado iria combater o vírus sem sufocar a economia.  

Casos explodem no Estado

Nesta segunda-feira (29), com o estado registrando 21.984 casos confirmados e 435 mortes provocadas pela Covid-19, Caiado voltou atrás e decretou o lockdown, isolamento social com regras mais rígidas, exceto para serviços considerados essenciais. Um eventual descumprimento pode implicar em multa ou toque de recolher.

O Brasil ocupa a segunda posição no ranking global em número de casos (1,3 milhão) e mortes (57,6 mil) por conta do coronavírus. O País está atrás apenas dos Estados Unidos, com 2,6 milhões de confirmações e 128 mil óbitos.

Desde o dia 31 de maio, quando se tornou o País onde o coronavírus mais cresce, o Brasil lidera o ranking global de novos registros de infectados e de lá pra cá foram constatados em média 31,1 mil novos casos, seguido pelos Estados Unidos (28,3 mil) e pela Índia, em terceiro lugar, 13,8 mil.

 

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