'Governo Alckmin é insensível com os professores'
Categoria realiza bloqueio em estradas e convoca assembleia para esta sexta (10)
Publicado: 10 Abril, 2015 - 15h01 | Última modificação: 10 Abril, 2015 - 15h18
Escrito por: Tiago Pereira - RBA
Os professores da rede estadual paulista, em greve desde 13 de março, aumentam a mobilização para pressionar o secretário de Educação, Herman Voorwald, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a abrir negociações com a categoria. "O governo está inerte, numa posição de não apresentar nada", afirma a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.
Nessa quinta (9), os professores realizaram o fechamento de diversas rodovias, em todo o estado, buscando dar maior visibilidade à pauta de reivindicações. Os bloqueios foram às 16h e 17h, nas rodovias Anhanguera, Raposo Tavares, Dutra, Bandeirantes e no Rodoanel Mário Covas, entre os principais. Nesta sexta (10), às 14h, a categoria realiza nova assembleia, às portas do Palácio dos Bandeirantes, e espera ser recebida em audiência.
A presidenta da Apeoesp afirma que, até o momento, não foi apresentada qualquer proposta significativa de reajuste. Os professores reivindicam aumento salarial de 75,33%, em equiparação às demais categorias de nível superior.
"Se não tem nada de reajuste real, é zero", diz Bebel, e destaca a diferença de tratamento com as demais categorias do funcionalismo estadual. "Os metroviários fazem greves e já reapresentam reajuste, por que conosco é diferente? Nós também somos importantes. Se o governador não acha, os pais e alunos acham".
"Chegamos até aqui com o apoio da sociedade", frisa Bebel, acrescentando que a atual paralisação é a que conta com o maior apoio de país e professores, sensibilizados com as reivindicações da categoria por melhoria nas condições de trabalho e que denunciam o fechamento de salas de aulas e a consequente superlotação das classes.
Pelas contas da Apeoesp, a Secretaria da Educação fechou neste ano 3.390 classes, sendo 3.300 apenas de ensino médio. Algumas salas de aula contam com mais de 60 alunos no ensino regular, e 90 em classes de Educação de Jovens e Adultos.
"A tendência da greve é continuar. Estamos com 59% de adesão e, amanhã, deve aumentar ainda mais. São quase 140 mil professores, é muita gente parada", ressalta a sindicalista. Sobre a falta de atenção e cobertura por parte da imprensa tradicional, Bebel acusa o descumprimento do seu papel mais fundamental, o de informar: "Parece que nada está acontecendo. Tudo é mais importante do que a greve".