Escrito por: Redação CUT
Escândalo foi denunciado pelo Estadão que mostra ainda a compra de outras carnes durante a pandemia, destinadas a famílias de indígena, mas que nunca chegaram até as tribos
Mais um escândalo envolvendo o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), veio à tona nesta terça-feira (16), com uma denúncia feita pelo Jornal O Estado de São Paulo, de que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) comprou, no ano passado, carne de pescoço de frango por um valor superfaturado, 24 vezes maior que preços pagos anteriormente. Cada quilo da carne, considerada de má qualidade, foi adquirida a R$ 260,00.
Ao todo, no lote, foram comprados 20 quilos, totalizando R$ 5.200. Mas os gastos são maiores. Entre os anos de 2020 e 2022, período da pandemia, o governo Bolsonaro desembolsou R$ 927,5 mil com a compra de outras carnes, que também seriam destinadas a indígenas. Além do superfaturamento nos preços, o governo desconsiderou que este tipo de alimentação não é adequada aos indígenas.
A reportagem apurou que a coordenação regional da Funai na cidade de Rio de Madeira (AM) adquiriu mais de uma tonelada de carnes dos tipos charque, maminha de alcatra e coxão duro, além de latas de presunto, que seriam destinadas a tribos durante a pandemia da Covid-19.
No entanto, nem a carne de pescoço superfaturada que seria distribuída à tribo indígena Mura e funcionários da Funai, nem as demais carnes foram entregues às tribos. Muitas enfrentam situações de desnutrição e fome.
As carnes fariam parte de cestas básicas entregues a famílias, mas os relatos dos indígenas é de que quando as cestas chegaram, havia somente arroz, feijão, macarrão, farinha de milho, leite e açúcar.
Sem licitação
Além do preço exorbitante, o contrato para compra da carne de pescoço de frango foi feito sem licitação com uma empresa de propriedade de um dos filhos do ex-prefeito de Humaitá (AM), Herivaneo Vieira Oliveira, do mesmo partido de Bolsonaro.
Oliveira já foi preso por ataques a órgãos ambientais.