Escrito por: Redação CUT
O governo nada diz sobre as mais de 400 mil famílias que se cadastraram no Bolsa Família este ano, comprovaram que estão na extrema pobreza e não receberam nem o Bolsa nem o auxílio emergencial
Mais uma vez, como vem fazendo nas últimas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (14) que o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) vai prorrogar o auxílio emergencial pago os desempregados e informais que ficaram sem renda durante a pandemia do novo coronavírus, mas não deu detalhes.
Também não há detalhes nem qualquer informação sobre as mais de 400 mil famílias que se cadastraram para receber o Bolsa Família no início do ano e que, até agora, não receberam nem o Bolsa nem o auxílio emergencial, apesar de terem comprovado que vivem na extrema pobreza.
Sobre a prorrogação do pagamento, o ministro disse que, provavelmente, vai até outubro, depende de uma medida provisória que o governo encaminhará ao Congresso Nacional. O valor deverá ser o mesmo que começou a ser pago em abril deste ano – entre R$ 150 e R$ 375 -, metade do que foi pago no ano passado, quando o Congresso aprovou auxílio de R$ 600 - R$ 1.200 para mães chefes de família.
Guedes disse nesta segunda ao Estadão/Broadcast que o Ministério da Saúde informou que toda a população adulta estará vacinada contra a Covid-19 até outubro. Até que isso aconteça, o governo deve pagar o auxílio, mas Bolsonaro ainda não decidiu a extensão do benefício.
O pagamento das parcelas que tiveram início em abril, depois de três meses sem que o auxílio chegasse à população mais vulnerável, termina em julho.
Ainda segundo a agência, a prorrogação do auxílio vai abrir mais espaço no Orçamento de 2021 para o lançamento da nova política social permanente, que vai suceder o Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula. Pelas regras do governo, as famílias contempladas pelo Bolsa são “transferidas” para a folha do auxílio durante sua vigência, poupando o orçamento do programa.
400 mil famílias estão sem o Bolsa Família e sem auxílio
Já o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem onde afirma que 423,3 mil famílias abaixo da linha da pobreza estão cadastradas na fila de espera do Bolsa Família. Não receberem nem o Bolsa nem o auxílio emergencial neste ano, apesar de o governo Bolsonaro dizer que os recursos para o pagamento da assistência emergencial na pandemia estão sobrando.
As famílias apresentaram documentação ao Ministério da Cidadania no início do ano, quando a nova rodada do auxílio ainda não tinha sido lançada. A pasta analisou e confirmou que essas pessoas estão abaixo da linha de pobreza e extrema pobreza, previstas no Bolsa Família.
Sem a ampliação do programa social, prometida desde o fim de 2019, quase 1,2 milhão de cadastros aguardavam em março para receber a transferência de renda, diz o jornal.