Escrito por: Redação CUT
Deste total, 11 foram mortos na região metropolitana de Santiago, três foram vítimas de tiros e uma foi atropelada por uma viatura militar. E os protestos continuam
Em cinco dias de protestos, que começaram contra o reajuste da tarifa do Metrô e seguiram contra as péssimas condições de vida provocadas pela privatização da Previdência e de serviços essenciais para a população, como água e luz, 15 chilenos já morreram nas ruas do país. Deste total, 11 foram mortos na região metropolitana de Santiago, capital do país, em ações de saques e incêndios em supermercados, três foram vítimas de tiros e uma foi atropelada por uma viatura militar, segundo informações o subsecretário de Interior, Rodrigo Ubilla, de acordo com o jornal chileno La Tercera.
O Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile (INDH) informou que outras 84 pessoas foram feridas a bala - cinco estão em estado grave e uma corre risco de vida. O INDH também denunciou a prisão de 1.420 pessoas nas manifestações, entre elas 181 menores de idade. Já o governo diz que prendeu 2.643 pessoas.
Mineiros em greve
Segundo o site Prensa Latina, Agencia de Informativa Latinoamericana, centenas de trabalhadores da empresa mineira do Chile, localizada na região de Antofagasta, extremo norte do país, a mais de 1.400 quilômetros da capital, paralisaram as atividades nesta terça-feira (22) em protesto contra os abusos cometidos contra eles pela companhia e também contra a repressão do governo nas ruas do país.
Em comunicado oficial, os mineiros denunciaram a violência do governo que está 'surdo às legítimas demandas sociais.' De acordo com o comunicado, os abusos afetam a todos, inclusive os filhos dos trabalhadores que se manifestam contra um sistema injusto.
'Somos parte de um povo que se cansou e exige mudanças', declararam e conclamaram os demais trabalhadores do país a se manifestar em protesto pelas ações de violência contra do povo e os abusos empresariais.
Entenda porque os chilenos estão protestando:
1 - Os protestos no Chile tiveram início quando o presidente Sebastián Piñera anunciou um aumento de 3,75% nas tarifas do Metrô, que subiram 30 pesos, o equivalente a R$ 0,17;
2 - A violência aumentou nos protestos a partir de sexta-feira (18), após a repressão violenta da polícia;
3 - No sábado (19), o economista e empresário Piñera recuou e cancelou o reajuste.
4 - Também no sábado, Piñera decretou estado de emergência por 15 dias. Pela primeira vez depois da ditadura militar, que entre1973 e 1990 foi responsável pela morte e tortura de milhares de chilenos, o Exército voltou às ruas do país;
5 - Os protestos continuaram com milhares de pessoas nas ruas, apesar do decreto e da forte repressão militar.
6 - O aumento da tarifa do Metrô foi o estopim que faltava para a explosão de descontentamento que amarga um sistema de capitalização da previdência que paga menos de um salário mínimo local depois de dezenas de anos de contribuição aos fundos que administram suas aposentadorias.
7 - O povo também protesta contra a privatização de serviços essenciais e básicos, como a água e luz que contribuiu tanto para o aumento de tarifas que muitos não conseguem pagar as contas.