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Governo do RS lança campanha para defender privatizações e enganar sociedade

Se privatização fosse uma coisa boa, o governo não gastaria essa grana para fazer propaganda, diz Claudir Nespolo. O presidente da CUT-RS lembra ainda que governador torra dinheiro ao invés de pagar servidores

Publicado: 26 Junho, 2019 - 16h34

Escrito por: CUT-RS

Reprodução
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Ao mesmo tempo em que mantém a herança maldita do antecessor de atraso, parcelamento e arrocho nos salários dos servidores estaduais, o governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, torra dinheiro público com uma campanha de mídia, fazendo propagandas em rádios e até de página inteira em jornais para defender as privatizações e enganar a sociedade.

"Se privatização fosse uma coisa boa, o governo não gastaria essa grana para fazer propaganda. O pior é que quem está pagando essa conta é o povo gaúcho, que está sendo novamente iludido", afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

"Vender patrimônio do povo gaúcho não resolve nada, como ficou comprovado com a entrega da CRT e de parte da CEEE no governo Britto. Isso não é investir no futuro, mas sim abrir mão de empresas estratégicas, eficientes e lucrativas, empobrecendo o Estado e encarecendo serviços para a população", explica.

A campanha de mídia foi lançada a poucos dias da votação na Assembleia Legislativa dos três projetos de lei do governador, enviados em regime de urgência aos deputados, solicitando autorização para privatizar as empresas públicas de energia (CEEE, CRM e Sulgás), que começam a trancar a pauta a partir desta sexta-feira (28).

"É uma pouca vergonha deixar os servidores atolados em dívidas com salários arrochados, enquanto o governo injeta dinheiro nas grandes empresas de comunicação para defender as privatizações e blindar o governo das críticas da oposição e do movimento sindical", dispara Nespolo.

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Presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo

Relatores ignoram emendas dos deputados

Os pareceres favoráveis aos projetos foram entregues nesta terça-feira (25) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Sergio Turra (PP), relator da proposta da CEEE, Luciano Zucco (PSL), relator da proposta da CRM, e Elizandro Sabino (PTB), relator da proposta da Sulgás, protocolaram os seus relatórios, sem qualquer mudança no texto original, elaborado pelo Palácio Piratini.

A deputada Sofia Cavedon (PT) ocupou um espaço de liderança na sessão plenária da Assembleia desta terça-feira, alertando para o papel que o Legislativo deverá exercer. Segundo ela, as bancadas do PT, PSol e PDT apresentaram emendas, determinando que o governo detalhe em projeto cada uma das operações, trazendo os números e o diagnóstico, um levantamento do patrimônio, passivo, superávit de cada uma das empresas. Sofia advertiu que os projetos de Leite se resumem em pedir autorização para partir, alienar e vender o patrimônio.

Para a parlamentar, a atitude do governador é contraditória, pois na abertura do ano legislativo ocupou a tribuna do parlamento para dizer que a Assembleia é o lugar para decidir coisas importantes como o destino das três empresas, pois esse seria o foro qualificado que deveria decidir o futuro das empresas públicas.

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Governo prepara trator para atropelar deputados

Sofia falou ainda na submissão do parlamento, que está aceitando calado a essa imposição feita pelo governador e sua equipe. “Leite fez uma metamorfose: Na campanha eleitoral disse que o povo seria consultado ainda no primeiro semestre. Depois de eleito, dizia que não dava para fazer o plebiscito porque o povo gaúcho não compreenderia um projeto muito complexo e que todo poder estava no parlamento. Pois agora o governador pede todo o poder para si e eu gostaria de saber se esse parlamento dará essa autorização, se também abrirá mão como tirou o direito do povo gaúcho opinar sobre as empresas”, indagou.

Para o presidente da CUT-RS, "o governador está preparando o trator, que já atropelou o plebiscito que estava garantido na Constituição Estadual, para passar agora por cima dos deputados, a fim de ter carta branca para entregar a CEEE, a CRM e a Sulgás aos chineses, que estão de olho nas estatais gaúchas para aumentarem os seus lucros".