Governo Leite anuncia reajuste do piso regional que não repõe perdas com inflação
A proposta de 9% para o reajuste do salário mínimo regional está abaixo da reivindicação de 15,42% da CUT-RS e centrais sindicais
Publicado: 31 Maio, 2023 - 16h41 | Última modificação: 31 Maio, 2023 - 16h51
Escrito por: CUT-RS
O governador Eduardo Leite (PSDB-RS) apresentou, nesta quarta-feira (31), durante reunião com o secretariado, a proposta de 9% para o reajuste do salário mínimo regional. O projeto com esse percentual será protocolado na Assembleia Legislativa gaúcha.
Segundo a proposta, a data-base do chamado piso regional passaria a ser maio e não mais fevereiro. O índice está abaixo da reivindicação de 15,42% da CUT-RS e centrais sindicais, cuja pauta foi entregue em 27 de abril para o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella, e ao secretário adjunto de Planejamento, Governança e Gestão, Bruno Silveira. O percentual foi calculado pelo Departamento Intensindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A proposta das centrais inclui o INPC de 4,50% de 2019, que não foi pago em 2020, quando os deputados governistas aprovaram e o governador sancionou reajuste zero para o mínimo regional.
“Queremos um reajuste de 15,42% retroativo a 1º de fevereiro deste ano para repor a relação entre o valor do piso regional e o do salário mínimo nacional quando da sua criação em 2001, no governo Olívio Dutra (PT)", afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
“Somente no governo Leite o piso regional acumula 10,5% de perdas com a inflação”, ressaltou o dirigente sindical. “E se for mudar a data-base é preciso acrescentar ainda as perdas até maio.”
O Rio Grande do Sul paga atualmente o menor piso regional no Sul do Brasil. As cinco faixas salariais que atualmente variam de R$ 1.443,94 a R$ 1.829,87, de acordo com a categoria dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Com a proposta de reajuste anunciado pelo governador, as faixas iriam variar de R$ 1.573,89 a R$ 1.994,56, ultrapassando os valores de Santa Catarina, mas ficando ainda abaixo do Paraná. Nos dois estados vizinhos a data-base é 1º de janeiro.
Durante o anúncio da proposta, o governador disse que “o governo tem conduzido esse processo com muita responsabilidade e diálogo, com o objetivo de buscar o equilíbrio entre a valorização da mão de obra regional e a prevenção de distorções no mercado de trabalho”.
O presidente da CUT-RS lembra que o diálogo tem sido restrito aos secretários do governo. “Até hoje, Eduardo Leite nunca recebeu as centrais sindicais para dialogar sobre o piso regional, que é pago para cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas”, disse Amarildo.
“Estamos sempre abertos ao diálogo e defendemos uma política permanente de valorização do piso regional, a exemplo do salário mínimo nacional que já está sendo negociada pelas centrais sindicais com o governo Lula”, frisou o sindicalista. "A melhoria da renda é fundamental para aquecer a economia, gerar emprego e emprego, reduzir as desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável.
Com informações do Dieese