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Governo não isenta mais pobres de taxa e Enem 2021 deverá ser o menor da história

Redução das incrições está em 44% em relação a 2020 e será maior já que para fazer as provas é preciso pagar R$ 85 de taxa. Quem faltou no ano passado com medo da pandemia, não teve direito a isenção este ano

Publicado: 19 Julho, 2021 - 08h00 | Última modificação: 19 Julho, 2021 - 08h35

Escrito por: Redação CUT

Rovena Rosa/Agência Brasil
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A redução de 44% nas inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano em relação ao ano passado é resultado de mais uma perversidade e descaso com a educação do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).

O Enem 2021 será o menor em 13 anos. E a razão é que os estudantes mais pobres não podem pagar a taxa de R$ 85 para se inscrever e o governo Bolsonaro se recusou a isentar quem faltou nas provas no ano passado por medo de se contaminar com o novo coronavírus. A abstenção em 2020 foi recorde, mais da metade dos 5,8 milhões de inscritos faltou. 

Apenas 4.004.764 pessoas se inscreveram este de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mas, para concluir a inscrição é preciso pagar a taxa, o que significa que o número pode ser menor ainda. 

O pagamento da taxa de inscrição pode ser feito até segunda-feira (19). Sem essa validação, a inscrição não é concluída e os estudantes não podem fazer as provas. 

A Frente Parlamentar Mista de Educação divulgou nota em que classifica como tragédia para o país o baixo número de inscrições para o Enem.

"A redução é uma tragédia anunciada, principalmente por se assemelhar ao número de inscritos que faltaram a edição de 2020 realizada em janeiro deste ano, quando o exame teve mais de 2,8 milhões de ausentes", diz trecho da nota.

Confira aqui a íntegra da nota da Frente Parlamentar.

A decisão do governo de não isentar da taxa de incrição exclui os estudantes mais pobres do exame que é a principal porta de entrada para o ensino superior público e critério de acesso a bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e contratos do Financiamento Estudantil Fies), criados nos governos do PT.

Educação não é prioriedade do governo Bolsonaro, que exclui pobres e corta verbas da área. Entre 2014 e 2021, o Ministério da Educação perdeu R$ 37,7 bilhões em receitas, segundo levantamento da Universidade Federal de Goiás (GO). 

Nos governos Lula e Dilma, educação foi prioridade numero 1. O orçamento cresceu de R$ 49,3 bilhões, em 2002, para R$ 151,7 bilhões, em 2015, antes do golpe que destituiu Dilma. 

Em apenas 13 anos, foram criadas 422 escolas técnicas - três vezes mais do que fizeram todos os governos anteriores em mais de um século de história (140 escolas).

Foram criadas também 18 universidades federais, 178 câmpus e programas como o ProUni e o Fies, que democratizaram o acesso ao ensino superior. Resultado: o país que levou cinco séculos para ter 3,5 milhões de jovens frequentando universidades, precisou de apenas 13 anos para chegar aos mais de 8,03 milhões de brasileiros universitários.