Grávidas só podem tomar vacinas da Pfizer ou CoronaVac, decide Ministério da Saúde
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as grávidas que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca não podem tomar um imunizante diferente na segunda dose
Publicado: 08 Julho, 2021 - 14h54 | Última modificação: 08 Julho, 2021 - 15h09
Escrito por: Redação CUT
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (8), que mulheres grávidas sem comorbidades devem evitar as vacinas da AstraZeneca/Oxford e da Johnson contra a Covid-19. A indicação da pasta, é que as grávidas tomem os imunizantes da Pfizer ou a CoronaVac.
No anúncio feito em coletiva de imprensa pela manhã, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ainda que as grávidas que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca não podem tomar um imunizante diferente na segunda dose.
Quem já tomou a Astrazeneca, deve fazer o quê?
As grávidas que tomaram a primeira dose da AstraZenica há menos de 15 dias, devem observar qualquer tipo de reação que tenha relação com trombose: falta de ar, dor no peito, inchaço na perna e dor abdominal persistente, além de dor de cabeça persistente e visão turva. Nesses casos, é preciso consultar o médico imediatamente. Se já foi imunizada há mais de 15 dias e não teve nenhum dos sintomas acima, as grávidas não precisam mais se preocupar.
Queiroga lembrou ainda que a combinação de vacinas – receber a primeira dose de uma seguida da segunda dose de outra – não está autorizada nem em gestantes, nem em nenhum público.
A combinação da primeira dose da AstraZeneca com a segunda dose da Pfizer em grávidas já havia sido autorizada nos estados do Rio de Janeiro e Ceará. No caso do Ceará, a autorização também foi estendida a puérperas.
Mesmo antes da nova orientação do ministro, vários municípios já vacinavam grávidas sem comorbidades. Na terça-feira (6), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também já havia recomendado que grávidas não recebessem as vacinas de vetor viral.
O ministro afirmou que os municípios têm autonomia, mas “não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite”. “Não pode ficar criando esquemas vacinais diferentes de maneira discricionária sem ouvir o Programa Nacional de Imunizações", disse Queiroga.
Reações provocaram decisão da Saúde
Para entende melhor essa decisão do Ministério da Saúde, em maio deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender temporariamente o uso da vacina AstraZeneca/Oxford, produzida pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), em grávidas e puérperas – período de 40 a 45 dias após o parto.
A medida foi tomada após a morte de uma gestante carioca de 35 anos imunizada com a AstraZeneca. Na ocasião, a Anvisa afirmou que não foi comprovada a relação da morte da jovem, grávida de 23 semanas, mas ainda assim proibiu, desde então, que grávidas tomem o imunizante.
Segundo dados do governo federal, as complicações causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, já tirou a vida de mais de 400 grávidas no Brasil só este ano.
A secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, presente à coletiva, disse que das 3 milhões de grávidas no Brasil, 313.235 já foram vacinadas contra a Covid-19, o equivalente a cerca de 10% das gestantes brasileiras.
Cerca de 201.452 foram imunizadas com a vacina da Pfizer, outras 63.581 a CoronaVac e 48.202 receberam a AstraZeneca.
De acordo com Rosana Leite, entre as imunizadas, com qualquer vacina, foram identificados 439 eventos adversos. Desses, 24 foram graves. Entre eles, houve quatro mortes, mas três não tiveram relação com a vacina.