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Greta Thunberg, a ‘pirralha’, diz que Bolsonaro fracassou no clima e na pandemia

Ativista que já foi chamada de “pirralha” por Bolsonaro afirma que ele fracassou na responsabilidade para garantir “condições de vida atuais e futuras da humanidade”

Publicado: 20 Abril, 2021 - 10h53 | Última modificação: 20 Abril, 2021 - 11h01

Escrito por: Redação RBA

Reprodução/RBA
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A ativista sueca Greta Thunberg, 18 anos, afirmou nesta segunda-feira (19) que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) falhou ao lidar com a responsabilidade pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus e mudanças climáticas. 

“Não acho que devemos falar em indivíduos, mas vemos que Bolsonaro tem responsabilidade enorme. Acredito que Bolsonaro tem falhado em assumir essa responsabilidade na resposta ao coronavírus e a mudança climática. E vemos claramente os resultados disso”, afirmou Greta, em entrevista coletiva na Organização Mundial da Saúde (OMS). “Eu posso seguramente dizer que ele fracassou em assumir a responsabilidade necessária para garantir as condições de vida atuais e futuras da humanidade.”

 

Em 2019, ao defender o papel dos povos indígenas na proteção da Amazônia durante a Conferência do Clima em Madrid (COP25), e denunciar o assassinato de uma indígena Guajajara, Greta Thunberg foi chamada de “pirralha” por Bolsonaro (veja vídeo).

Nesta segunda, Greta Thunberg pediu aos países que já vacinaram seus grupos de risco contra a Covid-19 solidariedade internacional na distribuição de vacinas. 

“É o mais razoável que pode ser feito. É preciso proteger, priorizar os mais vulneráveis e os que trabalham na linha de frente, não importa o país onde estão”, disse a ativista, que comentou ainda a conferência do clima (COP26, prevista para novembro, em Glasgow), convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. E disse esperar que as mudanças climáticas ao redor do mundo sejam tratadas com seriedade. “Podemos ter quantas cúpulas quisermos, mas, enquanto não tratarmos a crise como uma crise, não poderemos alcançar grandes mudanças”, disse.

A ativista disse admitir que muitas pessoas podem se aborrecer se seus governos compartilharem vacinas, mas defendeu a universalização do acesso aos imunizantes. “Claro que quero voltar a ter uma vida normal. E todo mundo quer, mas precisamos de solidariedade. A única decisão moral e correta que se pode tomar é priorizar os mais vulneráveis, sem importar onde vivem”, afirmou. “Temos ferramentas para corrigir o enorme desequilíbrio que existe no mundo no combate à covid-19. Assim como com a mudança climática, devemos ajudar os mais vulneráveis em primeiro lugar.”

O secretário-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que participou da entrevista coletiva ao lado da ativista, pediu à comunidade internacional que acolha a mensagem.

”Incentivo a comunidade mundial a fazer o que puder, em apoio ao Covax, para proteger os mais vulneráveis desta pandemia”, insistiu. 

O secretário observou que em alguns países ricos um quarto da população já está vacinada contra a covid-19 enquanto nos países pobres essa proporção é de 1 a cada 500 pessoas. No evento, a OMS anunciou que a fundação de Greta doou € 100 mil (R$ 668 mil) ao consórcio Covax, que tem como objetivo financiar a distribuição de vacinas com baixa capacidade de negociar com as farmacêuticas.