Greve da PM e caos na segurança pública no Espirito Santo
CUT/ES chama à reflexão sobre avanço de políticas ultraliberais de ataques a direitos
Publicado: 06 Fevereiro, 2017 - 15h59 | Última modificação: 06 Fevereiro, 2017 - 16h19
Escrito por: Edilson Lenk, comunicação da CUT ES
O caos que toma conta do estado do Espírito Santo, com a greve e o aquartelamento da Polícia Militar nesta segunda-feira (06), mostra mais uma faceta da política ultraliberal colocada em curso no Brasil, que não poupa trabalhadores de nenhuma categoria.
A capital Vitória e a cidade de Vila Velha pararam por causa da crise de violência devida à greve dos policiais capixabas, que estão há sete anos sem aumento e, há três sem conseguir repor as inflação. Desde o último sábado mais de 50 homicídios foram registrado no estado.
A insegurança, a intensificação da violência e o caos instituído no Espírito Santo têm como principais vítimas os trabalhadores e trabalhadoras. São eles que sentem mais de perto o medo, o estresse e a exposição ao perigo. A proteção ao patrimônio de quem tem dinheiro já é garantida. Isso não acontece, por exemplo, com a pessoa que tem seu carro comprado a prestações, que é assaltada na rua ou que vê sua residência ou mesmo pequeno comércio sendo saqueado.
A CUT Espírito Santo (ES), em sintonia com a CUT Nacional, vê com preocupação a escalada de ações políticas que impõem a exclusão de maiorias inteiras no país. Idosos e crianças são excluídos com redução nas verbas da saúde e educação com a Emenda Constitucional 95; trabalhadores de todas as idades, do campo e da cidade, se vêem excluídos da perspectiva de terem suas aposentadorias e com a ameaça de cortes de direitos a partir de ataques à legislação trabalhista; servidores públicos vêem benefícios serem cortados, com iguais ataques a suas aposentadorias. As polícias militares não escapam dessas políticas. O arrocho imposto a servidores públicos em todos os setores visa a desestimular o ingresso e a permanência nas carreiras, bem como a apresentar a opção do privado como o melhor caminho.
Na segurança, a lógica não deixa de ser a mesma, embora o aparelho de estado ainda precise contar com sua força de coação e de poder armado. Mas a mesma lógica, ainda que procure amenizar os impactos diretos nos membros das forças policiais das antirreformas da Previdência e Trabalhista; atinge suas esposas, filhos e familiares, pois estes também não terão mais acesso a aposentadorias ou pensões dignas e nem a direitos trabalhistas básicos.
A CUT/ES se solidariza com a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Polícia Militar por melhores condições de trabalho e por salários dignos, como também se solidariza com toda a sociedade em seu anseio por segurança e pelo direito a uma vida sem violência. E que a reflexão sobre o que está sendo feito com nossos estados e nosso país venha ao debate necessário sobre o futuro que se desenha para o Brasil.
É imperioso ainda que toda a sociedade exija do governo Paulo Hartung a abertura de diálogo imediato com a Polícia Militar, bem como com todo o funcionalismo público estadual, que padece de reajustes salariais que corrijam suas perdas inflacionárias e benefícios que lhes têm sido negados por um governo que apregoa aos quatro cantos uma situação financeira confortável.