Greve de Furnas entra no 5º dia e cresce adesão de eletricitários de outras empresas
Trabalhadores lutam contra decisão da estatal de aumentar de 10% para 40% a contribuição para o plano de saúde
Publicado: 21 Janeiro, 2022 - 10h08 | Última modificação: 21 Janeiro, 2022 - 10h12
Escrito por: Redação CUT
A greve dos trabalhadores de Furnas, Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e da holding da Eletrobras em defesa de um plano de saúde justo completa cinco dias, nesta sexta-feira (21), e deverá se expandir para as demais subsidiárias do Sistema Eletrobras na próxima semana.
A direção de Furnas quer aumentar de 10% para 40% a contribuição dos trabalhadores no plano de saúde. A decisão se baseia em uma liminar de processo de dissídio instaurado pela própria empresa no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os trabalhadores exigem que nada seja alterado até uma decisão final da Justiça.
Entenda o que aconteceu
Quando a alteração nos custos do plano de saúde foi decidida, a resolução que a balizava, a Resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), que previa o fim dos planos de saúde de trabalhadores de estatais e seus dependentes, ainda valia e abrangia todas as estatais.
Apesar da CGPAR 23 ter sido derrubada no Congresso, a Eletrobras insiste em cobrar o percentual de 40%.
Leia mais: Senado derruba CGPAR 23
Luta se intensifica
A luta pelo fim da cobrança abusiva está se intensificando, afirma o secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e membro do Coletivo Nacional do Eletricitários (CNU), Fernando Pereira.
O sindicalista é mais um a criticar a falta de diálogo com a direção da Eletrobras e o presidente Rodrigo Limp. Segundo Pereira, desde que assumiu o cargo, em maio de 2021, o executivo ainda não se reuniu com os trabalhadores da empresa. “Já solicitamos reuniões diversas vezes, mas ele nos ignora”, revela.
Greve na Eletronorte
Os funcionários da Eletronorte da base Brasília, aprovaram durante assembleia, nesta quarta (20) entrar em greve a partir da zero hora do dia 24 janeiro. A greve teve 84% de aprovação.
O movimento grevista tem como objetivo barrar alterações nos planos de saúde dos eletricitários, assegurar uma resposta ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados dos anos de 2017 (Eletronorte), 2018 e 2021 (ambas da Eletrobras), por isonomia salarial (7 steps Amazonas), por melhores condições de trabalho, contra as escalas abusivas, contra a diminuição do valor diárias de viagem e devido a ausência de testes de Covid na empresa.
Trabalhadores da Chesp também devem parar
No mesmo dia 24, às 9h, será a vez dos funcionários da Chesf votarem pela paralisação por tempo indeterminado. A Assembleia será em frente à sede da empresa, em Recife (PE).
Nota: FNU e CNU apoiam greve dos eletricitários(as) e repudiam assédio da direção de Furnas
A greve dos(as) trabalhadores(as) do Sistema Furnas entra, neste 20 de janeiro, em seu quarto dia com adesão maciça e muita resistência contra a arbitrariedade da direção da empresa que, de forma unilateral, impõe aumento abusivo de 40% no plano de saúde, tornando-o inacessível, para além de outras retiradas de direitos.
De forma resistente, sindicatos e trabalhadores(as) vencem a pressão e assédio da direção da empresa e vão conquistando vitórias. O TST – Tribunal Superior do Trabalho – negou, em 19/1, provimento ao recurso de Furnas no dissídio da greve.
A FNU e CNU apoiam o movimento dos(as) trabalhadores(as) e seus sindicatos que lideram a mobilização, assim como repudiam a perseguição da empresa a um movimento legítimo.
A greve é um justo instrumento de pressão coletiva e é inadmissível que a direção da empresa e suas gerências, de forma autoritária e coercitiva, ameace os(as) trabalhadores(as) que aderem a luta em defesa de seus direitos.
A hora é de seguirmos unidos, solidários e no apoio ao movimento grevista.
Resistência na luta, até a vitória!
Os sindicatos comunicam que os serviços essenciais, previstos na lei de greve, e indispensáveis ao atendimento das necessidades INADIÁVEIS à população, estão sendo cumpridos com 100% do contingente da operação da empresa.