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Greve dos Correios: MPT pede que TST faça mediação entre trabalhadores e empresa

A campanha salarial, diz dirigente, é pela manutenção de direitos, pela vida e manutenção de empregos. É isso que o TST tem de mediar

Publicado: 26 Agosto, 2020 - 18h08 | Última modificação: 26 Agosto, 2020 - 18h12

Escrito por: Redação CUT

Agência Brasil
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) faça a mediação do impasse envolvendo a greve dos trabalhadores e das trabalhadoras dos Correios.

A paralisação, que é por tempo indeterminado e teve início no dia 17, luta contra a redução de 70 dos 79 benefícios do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) decidido de forma unilateral pela direção da empresa, que é comandada pelo general Floriano Peixoto.

A estatal conseguiu confirmar a decisão de alterar o acordo coletivo firmado com os trabalhadores em 2019 e que seria válido até 2021 no Supremo Tribunal Federal (STF). No entendimento dos ministros do STF, diferentemente do que haviam decidido os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), p ACT é válido apenas por 12 meses, ou seja, até dezembro deste ano.

Os Correios também ajuizaram nesta terça-feira (25) o Dissídio Coletivo de Greve no TST. A companhia diz que, "desde o início de julho", tem tentado negociar com os trabalhadores e que apresentou uma proposta que visa "adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal".

A greve foi a saída que a categoria encontrou para enfrentar a empresa que  está se aproveitando da pandemia para retirar direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, diz Amanda Corcino, diretora da CUT Nacional, Secretária de Mulheres da Federação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect).

De acordo com a dirigente, que é também presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos do Distrito Federal (Sintect), a empresa não está tendo prejuízo para querer readequar benefícios. Em 2017 foram R$ 667 milhões e 2018, R$ 161 milhões, e 2019 R$ 102 milhões.

“Então a empresa age de má fé. Em relação à adequação e suposto reequilíbrio fiscal, não é real porque ao passo que a empresa quer retirar e reduzir benefícios de trabalhadores que ganham baixos salários, ela faz contratação de 9 novas assessorias com salários altos e aparelha a empresa com militares da reserva”, diz Amanda. 

A dirigente afirma, ainda que os Correios reduziram benefícios de auxílio alimentação e idade das crianças para acesso ao auxílio creche, deixando mães de uma hora para outra desassistidas. Além disso, de forma cruel, o auxílio a dependentes com necessidades especiais, que ajuda no pagamento de cuidador e tratamentos que garantem melhor qualidade de vida.

“São retiradas de direitos, muitas vezes, que sequer têm impacto financeiro, mas deixam a empresa mais atrativa para a privatização”, afirma Amanda, que complementa: a campanha salarial tem sido realmente pela manutenção de direitos, pela vida e manutenção de empregos.