Escrito por: FUP
Estão paradas 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias, 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas do Sistema Petrobras
A greve nacional dos petroleiros e petroleiras completa dez dias nesta segunda-feira (10), com adesões em 91 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados brasileiros. Cerca de 20 mil trabalhadores estão mobilizados de Norte a Sul do país nesta que já é considerada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos como a mais forte greve da categoria nos últimos anos.
Os petroleiros cobram a suspensão das mil demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas para terem início na próxima sexta-feira (14), e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
No final de semana, trabalhadores de mais três plataformas entraram em greve, junto com os operadores do Terminal Aquaviário de Vitória. Na manhã desta segunda, os trabalhadores da manutenção e do escritório do terminal também aderiram ao movimento.
Já são 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país.
Pela primeira vez, a Petrobras convocou aposentados para furar a greve e a resposta foi direta: "Não somos traidores, nem pelegos".
Brigada petroleira em Brasília
Ao longo desta semana, a FUP, os sindicatos de petroleiros e a CUT estarão com representações em Brasília, visitando os gabinetes de deputados e senadores no Congresso Nacional para que façam interlocução com a direção da Petrobrás e o governo visando à suspensão das demissões em massa na Fafen-PR, bem como das medidas arbitrárias que violam os fóruns de negociação previstos no Acordo Coletivo.
Petrobrás não negocia nem deixa sindicatos cumprirem liminar
A adesão dos petroleiros à greve ocorre sem piquetes, só na base do convencimento, em cumprimento à decisão do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho.
A direção da Petrobrás, por sua vez, continua negando o acesso das representações sindicais às unidades para averiguar o quantitativo de trabalhadores necessário para manter com segurança o atendimento das necessidades básicas da população.
Em vez de negociar com a FUP e os sindicatos, a gestão da empresa descumpre medidas judiciais e a própria legislação, anunciando que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”.
Ao mesmo tempo, a Petrobrás informa que “as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e não há impactos na produção até o momento”.
A contradição da gestão da empresa evidencia o tratamento político que está dando à greve dos petroleiros, ao querer criminalizar o movimento. Para isso, coloca em risco a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades ao anunciar a contratação de “fura-greves”.
O artigo 9° da Lei de Greve (7.783/89) afirma que patrão e empregados manterão "os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento".
Os petroleiros são os mais interessados na manutenção da segurança do ambiente de trabalho e na continuidade das operações após a greve.
Por que os gestores se negam a dialogar com a Comissão Permanente de Negociação da FUP segue há 11 dias em plantão de 24 horas dentro da sede da Petrobrás, buscando interlocução com a empresa?
Em vez disso, a gestão da Petrobrás continua tentando, sem sucesso, expulsar os cinco dirigentes sindicais que estão desde 31 de janeiro em uma sala de reuniões no andar onde funciona a gerência de Recursos Humanos, cobrando um canal de negociação com a empresa.
40 plataformas
11 refinarias
18 terminais
7 campos terrestres
5 termelétricas
3 UTGC (processamento de gás)
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
1 complexo petroquímico
3 bases administrativas
Amazonas
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)
Ceará
Plataformas - 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (Rlam)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Rio de Janeiro
Plataformas - 27
Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (Tecam)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
São Paulo
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Plataformas - 04
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétria Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo - base administrativa da Petrobras em Santos
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)
Rio Grande do Norte
Polo de Guamaré, Base 34 e Alto do Rodrigues - mobilizações parciais