Escrito por: Leandro Gomes /CUT-DF
A categoria reivindica a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho ─ vencido desde 1º de agosto ─, reajuste salarial acima da inflação e condições de trabalho dignas
Como aprovado em assembleia no último domingo (5), nenhum ônibus saiu dos terminais na manhã desta segunda-feira (6). Em greve, as rodoviárias e os rodoviários do DF reivindicam a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho ─ vencido desde 1º de agosto ─, reajuste salarial acima da inflação e condições de trabalho dignas.
As empresas de ônibus da capital federal chegaram a apresentar uma proposta de reajuste de 5,33% nos salários, no plano de saúde e no plano odontológico, de 8% no tíquete alimentação, e de 10% na cesta básica. No entanto, a categoria considerou que os índices apresentados não foram satisfatórios.
Descaso com transporte público
Os patrões alegam que, sem o aporte do Governo do Distrito Federal (GDF), não conseguem atender às reinvindicações dos trabalhadores. Porém, no início deste mês, a base do governo na Câmara Legislativa do DF (CLDF) aprovou a liberação de novo repasse de R$ 142,9 milhões às empresas. Só este ano, foram repassados mais de 2 bilhões.
Enquanto isso, a população do DF convive diariamente com um sistema de transporte público sucateado e precário. Seja o terrestre ou o metroviário, a realidade é a mesma: falta investimento do poder público.
Para quem mora em regiões mais afastas do centro da capital federal e depende exclusivamente do serviço público para se deslocar, o transtorno é ainda pior. Além de ônibus completamente lotados e sem manutenção, o usuário lida também com o preço das passagens nas alturas. Brasília está entre as capitais com as tarifas mais caras do Brasil.
“É claro o descaso do governo Ibaneis com o transporte público no DF. Enquanto as empresas recebem milhões em repasse, as rodoviárias e os rodoviários precisam entrar em greve por reajustes dignos, e a população vive em meio a um caos”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
“Esperamos que tudo seja resolvido o quanto antes e o transporte possa voltar à normalidade. Mas, para além dessas questões, é preciso discutir também outros temas como segurança, garantia do emprego da categoria, qualidade dos ônibus em circulação e mais clareza sobre os custos do transporte para o GDF”, completou.
Nova assembleia
Nesta segunda (6), as rodoviárias e os rodoviários realizam nova assembleia para avaliar o movimento paredista. O encontro acontece a partir das 14h, no estacionamento do Conic.