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Greve dos trabalhadores de terceirizada da Revap entra no 7º dia

Método Potencial, que tem contrato com a Refinaria apenas até fevereiro de 2022, não cumpriu prazo para pagamento de salário e benefícios. Sindicato já negocia ACT com empresa que vai substituir Método

Publicado: 09 Novembro, 2021 - 17h38 | Última modificação: 09 Novembro, 2021 - 18h25

Escrito por: Alessandra Jorge, do Sintricom SJC e Litoral Norte | Editado por: Marize Muniz

Heitor N. Morais
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A greve dos trabalhadores da Método Potencial, terceirizada que presta serviços de manutenção de rotina na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, no interior de São Paulo, chega ao 7º dia e a empresa ainda não cumpriu o acordo de pagar os salários e benefícios atrasados.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, do Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte (Sintricom), 95% dos quase 400 trabalhadores aderiram à praalisação.

A nova promessa da empresa é de que pagará os atrasados nesta quarta-feira (10), contou aos trabalhadores o presidente em exercício do sindicato Marcelo Rodolfo da Costa.

O dirigente afirmou que a entidade busca mecanismos para garantir que os valores retidos do contrato da empresa com a Petrobras e/ou referente a medições seja priorizado para quitação de todos os atrasados (salário de outubro e vale alimentação) e também garanta a quitação dos já demitidos.

Uma das soluções que está sendo negociada é a elaboração de uma “Confissão de dívida” por parte da empresa, por meio de um aditivo no contrato que a Método mantém hoje com a Petrobras. A “confissão de dívida” permitiria que a Petrobras faça os pagamentos direto para os trabalhadores ou repasse os recursos para o Sindicato fazer.

Mesmo sendo possível e já autorizada pela Justiça em outras Refinarias como na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, e na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária-PR, a adoção do procedimento está sendo postergada pela Método Potencial e pela Petrobrás.

Sindicato se reúne com EQS Engenharia que irá substituir a Método Potencial na Revap

Na tarde desta segunda-feira (8), ocorreu por videoconferência uma reunião do Sindicato com a EQS Engenharia, que vai substitutir a Método Potencial. Além da adesão da empresa ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente, foi salientado por Marcelo Rodolfo a necessidade do cumprimento da cláusula da empregabilidade para mão de obra local e das cidades da base e também prioridade na contratação dos trabalhadores da Método, com todos os benefícios previstos no acordo coletivo vigente.

Por parte da empresa ficou acertado que as reivindicações serão analisadas e uma nova reunião será marcada posteriormente. Mas, na assembleia de hoje, trabalhadores e Sindicato deixaram claro que não aprovarão a retirada de nenhum direito.

Dia D

Segundo apurou o Sintricom, a Petrobras faria hoje reuniões com a Método e com a EQS para tratar da transição entre as empresas. O contrato com a Método se encerra em fevereiro do próximo ano. Já, a EQS assinou ontem o seu contrato com a Revap.

“Estamos atentos a essa transição para que os trabalhadores da Método não sejam prejudicados. Para nós é uma questão de honra garantir que todos recebam os seus direitos. Desde o início deixamos claro para todos que não vamos permitir nenhum calote. O dinheiro retido tem que vir para o bolso dos trabalhadores e não ficar gerando lucro para os acionistas. A Petrobrás tem que ser responsabilizada e fazer a parte dela para resolver a situação dos trabalhadores”, disse o presidente Marcelo Rodolfo.

A postura da Petrobrás nas licitações, que priorizam o menor preço, sem se preocupar com a saúde financeira das empresas contratadas é a maior culpada para os constantes calotes sofridos pelos trabalhadores. No caso da Método Potencial, a situação financeira da companhia também tem ocasionado atrasos em outras refinarias: RPBC (Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão), REPAR (Refinária Presidente Getulio Vargas) em Araucária-PR, na Replan em Paulínia e Província Petrolífera de Urucu, em Coari-AM.  Na Revap, em São José dos Campos, a empresa mantém seu maior contrato no momento, que deve ser encerrado em fevereiro do próximo ano.