Escrito por: Redação CUT

Greve dos trabalhadores na Companhia de Saneamento do Pará entra no 36º dia

TRT8 proíbe empresa de descontar dias parados indicando que luta dos trabalhadores e trabalhadoras é legal e justa

Stiupa

Os trabalhadores e as trabalhadoras da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) completam, nesta terça-feira (9), 36 dias de greve para destravar as negociações da campanha salarial deste ano, comemorando mais uma vitória na Justiça do Trabalho.

Nesta segunda-feira (8), os desembargadores da Sessão Especializada 1 do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) decidiram, por unanimidade, rejeitar mais um recurso (agravo regimental) da direção da Cosanpa para descontar os dias da greve iniciada em 5 de julho.

“Esta foi a terceira derrota da Cosanpa na Justiça do Trabalho, prova de que a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Cosanpa é justa. Com mais essa vitória, a greve segue firme e forte”, afirma o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará (Stiupa), Pedro Blois.

“O governo Helder, via Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Cosanpa, ao invés de tentar recursos judiciais para intimidar os grevistas, deveria negociar a reposição salarial com o Sindicato”, diz o dirigente.

Reivindicações

 Os trabalhadores da Cosanpa lutam por reposição salarial de 12,47% referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE, no período de maio de 2021 a abril de 2022.

A data-base da categoria é em maio, mas a direção da Cosanpa tentou adiar a negociação e, consequentemente o reajuste, para novembro.

A luta por direitos

Entre abril e março deste ano, a categoria parou por 20 dias para reivindicar pagamento de direitos conquistados e negados pela empresa referentes a data-base 2021, cujo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) havia sido descumprido pela  direção da Cosanpa.

Agora, a luta agora é pela data-base de 2022. Em reunião de negociação realizada em 18 de maio, a gestão da Cosanpa propôs transferir a negociação da data-base 2022 para o mês de novembro de 2022.

A proposta foi rechaçada pelos representantes dos trabalhadores que reiteraram a pauta de reivindicações deliberada pela categoria.

Em 24 de maio, os diretores da Cosanpa apresentaram proposta, também não aceita pelos trabalhadores, de aplicar o percentual da inflação no tícket-alimentação, porém de forma parcelada em vezes, nos meses de maio, agosto e outubro.

O sindicato está garantindo os serviços essenciais para a população durante a greve.