Escrito por: Rosely Rocha
Os trabalhadores aderiram em massa à greve geral contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Em mais de 375 cidades, incluindo as capitais do país, houve atos pelo direito de se aposentar
O dia foi de paralisações e atos dos trabalhadores e trabalhadores em todo o país, contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), por mais empregos e contra os cortes na educação. Transporte, saúde, educação, energia, metalurgia, petróleo e gás, além de servidores públicos de todas as áreas, além de outras categorias, pararam nesta sexta-feira (14), dia da greve geral.
No total, mais de 45 milhões de brasileiros pararam as atividades e se manifestaram contra as novas regras da aposentadoria que, mesmo após as alterações feitas pelo relator da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), prejudica trabalhadores e trabalhadoras com medidas como a obrigatoriedade da idade mínima, aumento do tempo de contribuição e mudanças no cálculo do benefício. Além disso, protestaram contra o caos econômico e a falta de uma política de investimentos que gere emprego e renda.
Houve atos em mais de 375 cidades, incluindo as capitais do país, como mostra o Mapa Interativo, produzido pelo Armazém Memória e Comissão Justiça e Paz de SP, com apoio da CUT e da UNE.
Na Avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), 50 mil pessoas se reuniram contra a reforma da Previdência. O ato teve apoio da CUT e de diversas centrais sindicais, além do sindicato dos professores de São Paulo, saúde e metalúrgicos, e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Roberto PerizottiNo ato, o presidente da CUT, Vagner Freitas, agradeceu a população, aos estudantes e professores e professoras , aos ex-candidatos do PT à eleição presidencial Fernando Haddad e do PSOL Guilherme Boulos e à presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, que também participaram da manifestação.
Segundo ele, o Brasil e a CUT deram um recado a Bolsonaro e ao ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, de que são contra a reforma da Previdência proposta pelo seu governo, são contra a capitalização e querem empregos.
“O relatório [de Samuel Moreira] é ruim. Não concordamos. Ele é melhor que a reforma do Bolsonaro, mas também retira direitos, portanto, não vamos arrefecer a luta só porque tiraram a capitalização e outras medidas. A CUT vai continuar organizando greves até derrubar totalmente esta reforma”.
Vagner criticou ainda a falta de uma política econômica que gere emprego e renda. Segundo ele, o país está parado e inerte , enquanto o governo se esconde atrás da aposentadoria do pensionista para resolver a crise econômica.
Crise se resolve com reforma tributária, com política de crescimento, fiscal e cambial, e não entregar o Brasil aos interesses internacionais. Nós também só sairemos das ruas quando Lula estiver livre. Essas são as nossas propostas e não vamos aceitar nenhuma reforma e faremos outra greves- Vagner FreitasVeja como foram os atos da tarde em outras cidades:
Na capital do Paraná, Curitiba, houve caminhada contra a reforma da Previdência. Trabalhadores de diversas categorias ocuparam as ruas da cidade.
Ainda no Paraná, a população da cidade de Matinhos, no litoral, também aderiu ao movimento contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro.
Já no interior do Estado, teve manifestação dos moradores da cidade de Paranavaí e Guarapuava.
Amilton Santos
Também no Paraná, em Ponta Grossa, os manifestantes, em sua maioria estudantes, sairam às ruas contra os retrocessos do governo e a reforma da Previdência.
No município, no Norte Pioneiro (PR), o ato foi promovido pela Frente Ampla Democrática, constituída de sindicatos, estudantes, e organizações populares. Os manifestantes realizaram uma caminhada pelas ruas do Centro da cidade.
Fotos: Frente Ampla Democrática, MST e Diretório Acadêmico da UENP
Ainda na região sul do país, mai de 30 mil pessoas saíram em passeata pelas ruas de Florianópolis, Santa Catarina, contra reforma da Previdência e contra os cortes na educação. Os manifestantes com palavras de ordem davam o recado: “A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador”
No Rio Grande do Sul, a população de Foz do Iguaçu também foi às ruas contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro.
André Alliana / PT Foz do Iguaçu
Em Cuiabá, Mato Grosso, região centro-oeste do país, os manifestantes se reuniram na Praça Ipiranga.
Na Paraíba, trabalhadores e trabalhadoras de João Pessoa realizaram um ato político no Parque Solon de Lucena.
Em Salvador, após o ato na Rótula do Abacaxi, os manifestantes saíram em passeata pelas principais vias da cidade.
Ainda em Salvador, o comércio da Avenida Sete ficou parado para a ato da greve geral passar.
Na capital do Rio de Janeiro, o palco das manifestações foi a Candelária, que ficou lotada de manifestantes contra a reforma da Previdência, os cortes na educação e por mais emprego e renda.
Veja abaixo imagens transmitidas ao vivo pela CUT Rio.
Ainda no estado do Rio de Janeiro, teve manifestação de movimentos sociais, estudantil, sindicatos, professores e sociedade civil se manifestam no centro de Campos dos Goytacazes,(RJ), na praça São Salvador, contra a reforma da Previdência e os cortes na educação.
Em Paraty, litoral do Rio de Janeiro, o ato foi em frente à rodoviária da cidade, reunindo centenas de pessoas, em sua maioria estudantes.
Em Santos, no litoral sul de São Paulo, a concentração dos manifestantes foi no início da noite,em frente à Estação da Cidadania, na Avenida Ana Costa, no bairro Campo Grande, divisa com Gonzaga.
Na capital de Sergipe, Aracaju, os manifestantes sairam em caminhada do centro comercial e seguiu até a zona sul da cidade.
Já na Capital do Rio Grande do Norte, Natal, a concentração foi na calçada Midway. Depois, os manifestantes seguiram para a Praça Mirassol.
No interior do Estado, na cidade de Caicó, também teve manifestação contra a reforma da Previdência.