Escrito por: Andre Accarini
Vagner Freitas fala ao Jornal da CUT sobre os primeiros momentos da mobilização. Para ele, a greve, além de ser contra a reforma da Previdência, demonstra insatisfação clara do povo brasileiro com Bolsonaro
Em entrevista ao Jornal da CUT, Vagner Freitas, presidente nacional da central, falou sobre os primeiros momentos da greve geral deste dia 14 de junho, contra a reforma da Previdência, pela retomada do crescimento econômico, geração de emprego e renda e em defesa da educação.
Na avaliação do dirigente, que já esteve com os trabalhadores da Volkswagen que aderiram à paralisação, a greve foi construída para ser um grande movimento que vai mostrar a Jair Bolsonaro (PSL) a insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras com a condução do governo.
“É para ficar claro que o trabalhador não quer deixar de ter o direito de se aposentar e é um recado forte ao governo, de que tem que ter política de crescimento”, afirmou Vagner ao Jornal da CUT.
As mobilizações dos dias 15 e 30 de maio, que levaram milhões de pessoas às ruas, em defesa da educação e contra os cortes de recursos para o setor foram preparativas para greve geral. Vagner explica que a forte mobilização, principalmente no dia 15 de maio, se deu por causa da organização sindical e porque o brasileiro se sentiu engando. Não podemos esquecer que essa mobilização foi convocada e organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a princípio contra a reforma. Depois que o governo anunciou os cortes na educação, essa pauta foi incorporada à mobilização.
“Mentira tem perna curta. Ele mentiu para o povo, disse que ia resolver, mas agravou problemas. As propostas eram engodo e agora o povo sabe que está abandonado porque os trabalhadores não têm governo”, diz Vagner.
O governo odeia os trabalhadores. Desde o início propõe retirada de direitos e a greve geral demonstra que até mesmo quem votou em Bolsonaro está decepcionado- Vagner Freitas
Vagner também conclama a participar da greve quem não trabalha: “hoje é dia de ficar em casa. Dona de casa não vai ao supermercado, estudante não vai à escola, ninguém consome nada, para mostrar que nós temos forças para parar o país”.