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Greve nacional de operários da construção na Coreia do Sul

CUT solidária à luta contra criminalização da atividade sindical

Publicado: 06 Julho, 2016 - 13h54 | Última modificação: 06 Julho, 2016 - 15h11

Escrito por: Leonardo Severo

KCTU
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Mais de 25 mil manifestantes tomam o centro de Seul contra abusos do governo neoliberal

José Celestino Lourenço manifesta solidariedade da CUT aos trabalhadores coreanosJosé Celestino Lourenço manifesta solidariedade da CUT aos trabalhadores coreanosEm greve nacional “contra a criminalização da atividade sindical”, mais de 25 mil operários da construção civil tomaram o centro de Seul, capital da Coreia do Sul, nesta quarta-feira (6), fazendo ecoar o grito de basta aos abusos e atropelos do governo da presidente Park Geun-Hye. Na última segunda-feira, a “Justiça” do país condenou a cinco anos de prisão o presidente da Confederação Coreana dos Sindicatos (KCTU), Han Sang Gyun, por ter organizado uma paralisação contra a reforma trabalhista neoliberal impulsionada pelo desgoverno direitista.

Acompanhando o movimento, José Celestino Lourenço (Tino), secretário de Cultura da CUT-Brasil destacou o compromisso da Central com a luta contra “a opressão capitalista e os governos neoliberais, como o da presidente Park”. “Estou aqui em nome da CUT-Brasil em solidariedade aos lutadores e lutadoras da Coreia do Sul, fortalecendo a nossa parceria com a KCTU, em defesa da democracia verdadeira e de um Estado que garanta a proteção social e as liberdades democráticas e sindicais”, assinalou.

Tino lembrou que “a classe trabalhadora é internacional e tem que ser solidária no mundo todo”, pois “as práticas antissindicais e as perseguições aos dirigentes se tornam cada vez mais graves, ao mesmo tempo em que o poder judiciário tem assumido um lado, que não é o da Justiça”. “É como se diz: a política penetra no Judiciário”, denunciou o dirigente cutista.

Neste momento, seis sindicalistas sul-coreanos encontram-se encarcerados e outros 20 estão sendo mantidos sob custódia, numa clara agressão não só à liberdade de organização sindical como aos próprios direitos humanos. A secretária-geral da KCTU, Lee Young Joo, foi detida em novembro do ano passado na sede da entidade, onde permanece sem poder sair.

Encarcerado desde dezembro de 2015, Han Sang Yun foi condenado de forma injusta e absurda a cinco anos de prisão em razão de suas atividades para organizar uma greve nacional e a manifestação contra a reforma trabalhista neoliberal. Entre as acusações do governo direitista contra o dirigente estão a “obstrução especial de dever público”, “obstrução geral do tráfego” e “incentivar a luta contra a reforma da lei trabalhista que flexibiliza direitos dos trabalhadores”.