Escrito por: Érica Aragão, com informações da Mídia Consulte
“Só conseguiremos derrubar a Reforma da Previdência nas RUAS”, diz presidente da CUT
A direção executiva da CUT orientou todos os dirigentes da Central, de sindicatos, confederações, federações e ramos a priorizar a organização da Greve Nacional contra a Reforma da Previdência, que será realizada no próximo dia 5 de dezembro.
E a resposta está sendo positiva. O setor de transportes já está organizando paralisações em vários Estados e grandes cidades. Na Bahia, Alagoas, Natal, Pernambuco, Uberlândia, Juiz de Fora, Vale do Paraíba e Distrito Federal já foram marcadas assembleias nos locais de trabalho para esta quinta (30). Em assembleia nesta terça (28), os metroviários de São Paulo já confirmaram a adesão à greve nacional.
A nova proposta de mudanças de regras para concessão de aposentadorias encaminhada pelo governo ilegítimo e golpista Michel Temer (PMDB-SP) ao Congresso Nacional deve ser votada no dia 6 de dezembro na Câmara dos Deputados e só a mobilização dos trabalhadores e das trabalhadores pode impedir essas mudanças, acredita o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Se as novas regras forem aprovadas, os trabalhadores e as trabalhadoras de empresas privadas terão de contribuir durante 15 anos e receber 60% do salário benefício, que é uma média de todos os salários recebidos ao longo da vida – hoje, o beneficio se baseia em 80% da média dos maiores salários. Se quiser receber 100% do salário beneficio tem de contribuir durante 40 anos.
Vagner e Sérgio em reunião com Rodrigo Maia
Independentemente da resposta de Maia, Vagner afirma que é preciso fazer uma grande mobilização no dia 5/12. Segundo ele, “só conseguiremos derrubar a Reforma da Previdência com negociação e muita mobilização NAS RUAS”.
Vagner convoca jovens a aderirem e mobilizarem o povo para a greve nacional
“Todos nós trabalhadores e trabalhadoras somos responsáveis pelo nosso futuro. O Temer quer acabar com a sua aposentadoria, mas ele quer fazer mais que isso, quer acabar com a aposentadoria do seu filho e do seu neto também. A juventude corre sérios riscos de não se aposentar, porque não terá como cumprir todas as exigências que o golpista quer para a aposentadoria”, explicou Freitas para os jovens CUTistas no Seminário “Ocupa CUT: juventude fazendo história”, que termina na próxima sexta (30).
Ocupa CUT: juventude fazendo história
Para marcar os 20 anos do Coletivo da Juventude, o “Ocupa CUT: juventude fazendo história” acontece entre os dias 28 e 30 de novembro, em São Paulo. O encontro que reúne jovens de mais de 22 estados e 18 ramos discute o papel da juventude em tempos de retrocessos.
Na manhã do primeiro dia aconteceu a reunião do Coletivo Nacional de Juventude na parte da manhã, onde foi exposto o projeto “Organizar, sindicalizar e formar a juventude brasileira para garantir direitos” em parceria com a O DGB Bildungswerk BUND, um dos maiores organizadores de licença educacional na Alemanha.
O projeto prevê uma pesquisa para que os sindicatos dialoguem nas bases, nos locais de trabalho, tanto rural como nos urbanos, conhecendo e discutindo com a juventude e trazer as perspectivas dos trabalhadores e das trabalhadoras e uma campanha de sindicalização de jovens.
“O movimento sindical precisa ser além do instrumento de luta a favor dos direitos da classe trabalhadora, precisa ser um instrumento que possa refletir na vida das pessoas , nos sonhos das pessoas, no anseio das pessoas, naquilo que as pessoas acreditam. Nós precisamos disputar a ideologia e principalmente desta juventude que dará continuidade a esse projeto”, explicou a secretária Nacional da Juventude da CUT, Edjane Rodrigues.
“Estamos apostando muito neste projeto, que foi pensado através da realidade dos jovens hoje, da necessidade que o movimento sindical tem em sindicalizar mais jovens e em reconhecer a importância dos jovens nos espaços políticos como estratégia de fortalecer o movimento sindical, principalmente neste momento que a gente tá vivendo de retrocesso, no qual a juventude será mais impactada”, destacou Edjane.
O encontro termina na próxima quinta (30) com um ato contra os desmontes em SP na praça da Sé às 9h.