Guy Ryder é reeleito diretor-geral da OIT
Antonio Lisboa e João Felicio presentes no pleito em Genebra
Publicado: 07 Novembro, 2016 - 13h48
Escrito por: Leonardo Severo
Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUTA reeleição do britânico Guy Ryder para diretorgeral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) por 54 votos a favor e dois brancos representa a reafirmação da instituição como ponto de apoio para a luta pelo direito ao emprego digno, pela justiça e pelo respeito às convenções da OIT. Esta é a opinião expressa pelo presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio, e pelo secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, que acompanharam o pleito em Genebra.
“Se a eleição de Guy Ryder, que foi o primeiro secretáriogeral da CSI, já havia tido um significado histórico, sua reeleição ganha ainda maior transcendência neste momento em que o grande capital quer jogar todo o peso da sua própria crise sobre os ombros da classe trabalhadora”, declarou João Felicio.
O presidente da CSI avalia que a permanência da instituição sob a direção de um nome vinculado ao movimento sindical, ao mundo do trabalho, mantém realçado o papel da OIT como instrumento de denúncia, análise e participação na resolução de conflitos, se envolvendo com protagonismo nos grandes temas mundiais.
João Felicio, presidente da Confederação Sindical InternacionalDe acordo com Lisboa, por ter um caráter tripartite, envolvendo governos, trabalhadores e empresários, a OIT pode contribuir dando fluência ao diálogo e barrando imposições do sistema financeiro e das transnacionais. “Pode valorizar as convenções que procuram garantir direitos, como o de greve - que vem sendo ameaçado em países vítimas de golpes como o Brasil -; pode atuar como agente de proteção de direitos, ao fazer pressão em defesa da garantia de postos de trabalho; pode contribuir para potencializar o desenvolvimento, definindo um rumo para o crescimento econômico com valorização do trabalho”, frisou o dirigente cutista.
Na avaliação de João Felicio, “por se tratar de uma organização vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a reeleição de Guy Ryder pode incidir positivamente sob todos os demais organismos, contribuindo e abrindo espaço para o movimento sindical exercer democraticamente a pressão. Isso tornase ainda mais vital num momento de agravamento da crise como o que estamos atravessando”.
Para a eleição na OIT, o voto é tripartite, com maior peso para os governos. A bancada de trabalhadores tem 14 votos, a de empresários 14 e a de governos 28, num total de 56.