Escrito por: Leonardo Severo

Guy Ryder é reeleito diretor-geral da OIT

Antonio Lisboa e João Felicio presentes no pleito em Genebra

SRI/CUT
O britânico Guy Ryder foi reeleito para presidir a Organização Internacional do Trabalho

Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUTA reeleição do britânico Guy  Ryder para  diretor­geral  da  Organização Internacional  do  Trabalho (OIT) por 54 votos a favor e dois brancos representa a reafirmação da instituição como ponto de apoio para a luta pelo direito ao emprego digno, pela justiça e pelo respeito às convenções da OIT. Esta é a opinião expressa pelo presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio, e pelo secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, que acompanharam o pleito em Genebra.

“Se a eleição de Guy Ryder, que foi o primeiro secretário­geral  da  CSI, já havia tido um significado histórico, sua reeleição ganha ainda maior transcendência neste momento em que o grande capital quer jogar todo o peso da sua própria crise sobre os ombros da classe trabalhadora”, declarou João Felicio.

O presidente da CSI avalia que a permanência da instituição sob a direção de um nome vinculado ao movimento sindical,  ao mundo do trabalho, mantém realçado  o  papel da OIT como instrumento  de denúncia,  análise  e participação na resolução de  conflitos,  se envolvendo  com protagonismo nos grandes temas mundiais.

João Felicio, presidente da Confederação Sindical InternacionalDe acordo com Lisboa, por ter um caráter tripartite, envolvendo governos, trabalhadores e empresários, a OIT pode contribuir dando fluência ao diálogo e barrando imposições do sistema financeiro e das transnacionais. “Pode valorizar as  convenções que procuram garantir direitos, como o de greve - que vem sendo ameaçado em países vítimas de golpes como o Brasil -; pode atuar como agente de proteção de direitos, ao fazer pressão em defesa da garantia de postos de trabalho; pode contribuir para potencializar o  desenvolvimento,  definindo um rumo para  o  crescimento  econômico  com  valorização  do trabalho”, frisou o dirigente cutista.

Na avaliação de João Felicio, “por se tratar de uma organização vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a reeleição de Guy Ryder pode incidir positivamente sob todos os demais organismos, contribuindo  e  abrindo  espaço  para  o  movimento  sindical  exercer democraticamente a pressão. Isso torna­se ainda mais vital num momento de agravamento da crise como o que estamos atravessando”.

Para a eleição na OIT, o voto é tripartite,  com  maior  peso  para  os  governos.  A  bancada  de trabalhadores  tem  14 votos, a de empresários 14 e a de governos 28, num total de 56.