Há um mês sem ministro da Saúde, Brasil ultrapassa 43 mil mortes por Covid-19
Com o general Eduardo Pazuello, interino da pasta, o número de casos de coronavírus quase triplicou no país, indo de 218.823, no dia 15 de maio, para quase 900 mil, nesta segunda (15)
Publicado: 16 Junho, 2020 - 11h32 | Última modificação: 16 Junho, 2020 - 12h09
Escrito por: Walber Pinto
Na maior pandemia do século, com mais de 43,9 mil vidas perdidas e 891 mil casos confirmados de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o Brasil completou um mês sem ministro da Saúde e com práticas que confundem e deixam a população insegura, como omitir dados estatísticos e indicar medicamentos sem comprovação científica para tratar dos pacientes.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 627 óbitos foram registrados de domingo (14) a segunda-feira (15), 432.060 pacientes estão em acompanhamento e 412.252 recuperados.
Sob o comando interino do general Eduardo Pazuello, que assumiu após demissão do segundo ministro da Saúde, Nelson Teich, a pasta está há mais de um mês sem especialistas na área da saúde. De lá para cá, o número de casos de coronavírus quase triplicou no país, indo de 218.823 no dia 15 de maio, para quase 900 mil nesta segunda (15).
O cenário ainda mais dramático em relação ao número de mortos, que quase quadruplicou o período.
Segundo o consórcio formado por veículos de imprensa, depois que o governo sonegou números acumulados de mortes e casos confirmados – voltou atrás por causa de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) -, até às 8h desta terça-feira (16), o país tinha registrado 44.148 mortes e 891.896 casos confirmados.
Situação nos estados
São Paulo
São Paulo, epicentro da pandemia no Brasil, registra 10.321 óbitos, 73 só nas últimas 24 horas e 181.460 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no estado.
Com a reabertura do comércio, que tem levado muita gente às ruas, criando aglomerações, filas e muita gente circulando livremente sem máscaras, infectologistas e profissionais da área da saúde afirmam que os casos de Covid-19 e mortes podem aumentar no estado.
Mesmo com especialistas afirmando que o estado ainda nem saiu da primeira onda da contaminação, uma vez que a epidemia não foi controlada, o governador João Doria (PSDB) disse nesta segunda-feira (15) que o estado está preparado para uma segunda onda.
A capital paulista precisou de 90 dias para ultrapassar os 50 mil casos da doença. Em 26 de maio, alcançou a soma de 51.852 doentes. Em apenas 20 dias, o município dobrou a marca, chegando aos 100.627 e mais de 5 mil mortes, registros desta segunda-feira (15).
A cidade tem praticamente o mesmo número de casos que todo o Canadá, que tem 100.707 casos. Há mais pessoas com confirmação da doença em São Paulo que na China (84.339), onde foram descobertos os primeiros registros do novo coronavírus no fim do ano passado. A capital paulista tem mais casos que Colômbia (51.087) e Equador (46.751) juntos.
A taxa de ocupação de UTI está em 70,8% no estado e em 77,8% na Grande São Paulo. Já na capital, a ocupação de UTI chegou a 81,7% neste domingo, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Rio de Janeiro
Segundo estado mais afetado pelo coronavírus, o Rio de janeiro registra 7.728 óbitos e 80.946 casos confirmados desde o início da pandemia. A capital tem o maior número de casos (42.385) e de mortes (5.090). Se fosse um país, o Estado do Rio seria o 19º do mundo com mais infectado pelo coronavírus.
Na Região Nordeste, o Ceará, que é o estado nordestino que mais acumula contaminações, registrou 3.020 novos casos de domingo para segunda e 156 mortes no mesmo período. São, agora, 5.041 óbitos e 79.853 infecções.
Já na Região Norte é o Amazonas, que detém os maiores números da pandemia. Passou de 56.506 infecções para 56.777 casos confirmados, com o acréscimo das 271 de novos casos nas últimas 24 horas. No total, 2.512 pessoas perderam a vida pela doença.
Nesta segunda-feira (15), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), informou que o Hospital de campanha da capital encerrará suas atividades após dois meses. Ele afirmou que houve uma redução de novos casos de Covid-19 na capital amazonense.
Na Região Sul, Curitiba registrou aumento de casos, três semanas após flexibilizar medidas de restrição para controlar a pandemia do novo coronavírus e o governo do Paraná estuda endurecer as regras novamente.
O Paraná viu os casos confirmados de Covid-19 passarem de 2.139, em 15 de março, para 9.716 casos até esta segunda-feira (15). O salto foi de 354%. No mesmo período, o número de mortos pela doença aumentou 176% - passou de 121 para 334.
Com o aumento do número de pessoas contaminadas pelo coronavírus em Curitiba, a Secretaria Municipal da Saúde declarou no último sábado (13) que a cidade passou de alerta amarelo nível 1 para o laranja nível 2, considerado um alerta médio, conforme metodologia estabelecida pelo Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social de Curitiba.
Mesmo com a explosão de casos, a Prefeitura de Curitiba, contraria o próprio protocolo, mantendo shoppings, bares e igrejas abertas.
Em Porto Alegre, a situação é semelhante. Com o aumento do numero de casos, a prefeitura publicou na tarde desta segunda-feira (15) decreto que determina a volta das restrições de algumas atividades que haviam sido liberadas na capital gaúcha.
As mudanças se devem, especialmente, ao aumento da velocidade na ocupação de leitos. Nesta segunda, havia 79 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva UTIs), todas contaminadas pelo novor coronavírus. O salto foi de 75% em relação ao início de junho, quando eram 45 pacientes em UTIs. As novas regras passam a valer a partir desta terça-feira (16).
Com informações de Agências**