Escrito por: Redação CUT

Hino, bandeira e outros símbolos mudam no Reino Unido com morte da rainha

A posse de um homem como rei, obriga a mudar símbolos com homenagens à rainha

Imagem do vídeo do obituário da rainha

A posse do herdeiro do trono do Reino Unido, Charles III, após a morte da rainha Elizabeth II nessa quinta-feira (8), poderá obrigar o reinado a trocar as homenagens feitas a ela em símbolos como hino, selos, bandeira, moedas, notas e até em orações. O “desaparecimento” da imagem da rainha nesses símbolos será feito aos poucos, segundo o jornal britânico “The Guardian”. 

O corpo da rainha Elizabeth será velado na Abadia de Westminster e, em seguida, levado para o Castelo de Windsor, para ser enterrado na Capela Memorial Rei George IV, daqui dez dias.

Veja o que muda com a ascensão de Charles como rei

Hino nacional

A letra do hino nacional tem uma estrofe com os dizeres “Deus salve nossa graciosa Rainha", e deve mudar para: "Deus salve nosso gracioso Rei".

O hino é executado desde 1745, mas com uma versão diferente da atual para homenagear o rei George. A versão inicial dizia: “Deus salve o grande George, nosso rei, Viva nosso nobre rei, Deus salve o rei”.

Bandeiras

São sete as bandeiras que devem mudar as estampas. As que estão hasteadas em todas as delegacias de polícia do Reino Unido, com a estampa EIIR (abreviação de Elizabeth II Regina, em português Rainha Elizabeth II) precisarão ser substituídas. O mesmo pode ocorrer com as bandeiras utilizadas em navios da Marinha que têm a estampa EIIR.

Quatro bandeiras de serviço em regimentos militares que incluem as iniciais da rainha e de onde ela permanece como chefe de estado: Austrália, Canadá e Nova Zelândia, devem mudar. Essas bandeiras são específicas para a rainha, usadas quando ela está visitando um desses países.

O estandarte real – a bandeira que tremula onde quer o monarca escolha como residência – também pode mudar. Atualmente essa bandeira tem símbolos ligados aos países que formam o Reino Unido: Escócia (um leão desenfreado), Irlanda (uma harpa) e dois representando a Inglaterra (três leões passantes), mas como o País de Gales que também forma o Reino Unido, teve sua bandeira nacional reconhecida somente em 1959, antes do estandarte real ter sido criado, Charles, poderá, se quiser, incorporar um elemento galês. Lembrando que Charles, antes de se tornar rei, recebeu o título de “Príncipe de Gales”.

Caixas de correio e selos

Os Correios reais deverão trocar carimbos, substituindo a imagem da rainha pelo perfil do novo monarca, Rei Charles. Já as caixas dos Correios podem se manter iguais com a manutenção da cifra real da rainha Elizabeth, ER. Até hoje algumas caixas ainda trazem a cifra GR, Rei George VI, 70 anos após seu falecimento.

Notas e moedas

A imagem do rosto da rainha estampada em cerca de 4,5 bilhões de cédulas em circulação, estimadas em 80 bilhões de libras esterlinas, a moeda inglesa, deverá ser substituída pela do rei Charles. A previsão é de que essa substituição com a imagem do rosto do novo monarca poderá demorar, pelo menos, dois anos. Para a imagem de um novo monarca estampar notas e moedas, o processo deve ser acordado com o Palácio de Buckingham.

O rosto de Elizabeth II aparece ainda em algumas novas de 20 dólares do Canadá; moedas na Nova Zelândia e em todas as moedas e notas emitidas pelo banco central do Caribe Oriental, bem como em outras partes do Commonwealth (a comunidade britânica de nações, que inclui ex-domínios e ex-colônias).

Orações

As preces também poderão ser ajustadas ao novo rei, mas depende de uma a mudança na legislação ou um mandado real, como aconteceu após a morte da rainha-mãe, em março de 2002.

Na igreja da Inglaterra, a rainha era a "defensora da fé e governadora suprema". Existem orações para ela no Livro de Oração Comum, que data de 1662.

Brasão real

Ainda depende da decisão do novo rei mudar as estampas das armas reais, que trazem um leão e um unicórnio desenfreado contra um escudo. Esses símbolos são utilizados em instalações e artigos de papelaria do governo. Como isto representa um alto custo, é provável que não haja nenhuma mudança.

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Com informações do Valor Econômico