Escrito por: Érica Aragão, Marize Muniz e Rosely Rocha
"E nós vamos decretar o fim em 14 de junho, dia da maior greve geral que o Brasil vai fazer em defesa da educação, da aposentadoria e de empregos decentes", afirmou o presidente da CUT
A Greve Nacional da Educação pela aposentadoria e contra os cortes de investimentos da educação básica até a pós-graduação anunciados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) levou milhões de brasileiros e de brasileiras às ruas do país, nesta quarta-feira (15). Só na Avenida Paulista, em São Paulo, o ato reuniu mais de 250 mil pessoas.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, essas mobilizações, além das greves e paralisações, mostraram que os professores, estudantes e trabalhadores não vão aceitar as medidas de arrocho e destruição de áreas como educação e Previdência Social e vão lutar pelos seus direitos e pelo futuro do Brasil. E, se continuar nesse caminho, Bolsonaro pode ir se preparando para ir para casa, disse.
Quero dizer, companheiros e companheiras, que hoje começa o fim do governo Bolsonaro. E nós vamos decretar o fim em 14 de junho, dia da maior greve geral que o Brasil vai fazer em defesa da educação, da aposentadoria e de empregos decentes- Vagner FreitasDe acordo com o sindicalista, o governo parece não ter acreditado na capacidade de luta dos professores, estudantes e trabalhadores, o que foi um erro, avaliou.
“Queria dizer em alto e bom tom: Bolsonaro, não ouse não acreditar na capacidade de luta da juventude brasileira, dos trabalhadores da educação e de outras categorias do Brasil”, afirmou para o público presente na Avenida Paulista, lembrando que, em entrevistas aos jornais, Bolsonaro deu a entender que não teria nenhuma mobilização nesta quarta (15), que não aconteceria nada, mas hoje disse nos Estados Unidos que tem um monte de pau mandado nas ruas.
“Puxa vida, como tem pau mandado nas ruas do Brasil pra derrotar o governo Bolsonaro”, ironizou Vagner, acrescentando que é preciso libertar o povo brasileiro da escravidão.
“Nós não queremos mais a dependência do sistema financeiro”, disse Vagner, que afirmou: “Bolsonaro é fantoche dos bancos. Quem manda no Brasil são os bancos e eles que querem que Bolsonaro privatize a educação e a previdência pra vender como artigo nos bancos. Eles são nossos inimigos. E nós precisamos lutar“.
"Nós queremos uma educação livre. Nós queremos os livros e não as armas", disse o presidente da CUT, se referindo ao decreto assinado por Bolsonaro facilitando o porte de armas, entre outras categorias, para advogados, caminhoneiros, jornalistas da área de polícia e políticos eleitos – presidente da República, senadores, deputados estaduais e federais, governadores e vereadores.
E por tudo que aconteceu neste país hoje, podemos dizer que “este é um dia histórico em defesa da soberania, da democracia, da liberdade de expressão, contra a violência e pela paz”, afirmou Vagner, concluindo: Precisamos de emprego, da Previdência, da educação de qualidade e de Lula Livre”.
No dia da greve da educação, o ex-presidente Lula foi lembrado em atos por todo o país e também nas rede sociais. A hashtag #LulaLivre ocupou as primeiras posições do ranking do Twitter no inicio da tarde desta quarta.