Hospital Mãe de Deus demite mais de 300 trabalhadores para terceirizar serviços
Uma negociação entre a empresa e o Sindisaúde-RS, com mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT4), está prevista para esta quinta (6). Em nota, CUT-RS repudiou demissão em massa e precarização do trabalho
Publicado: 06 Setembro, 2018 - 11h52 | Última modificação: 06 Setembro, 2018 - 12h22
Escrito por: Redação CUT
O Hospital Mãe de Deus de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, demitiu mais de 300 funcionários nessa quarta-feira (5) com o objetivo de substituir trabalhadores e trabalhadoras do setor de higienização e nutrição por terceirizados.
Nesta quinta-feira (6), está prevista uma negociação entre a empresa e o sindicato da categoria, com mediação do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). Logo após, os trabalhadores e trabalhadoras se reunirão em frente ao hospital em protesto contra as demissões.
"O profissional da saúde, em qualquer uma das áreas, tem um conhecimento diferenciado, com o foco no combate a infecções. O que estão fazendo, que é a terceirização da saúde, pode ter consequências graves e até mesmo causar a morte de pacientes", denuncia o vice-presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (Sindisaúde-RS), Julio Appel.
Segundo ele, o sindicato não foi informado previamente das demissões. "São 350 famílias demitidas, quando a economia do País está em colapso e o mercado de trabalho mais ainda, com milhões de desempregados. Como essas pessoas vão conseguir algum trabalho?", questiona o dirigente.
A mudança no Hospital Mãe de Deus ocorre uma semana depois que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) liberaram, por 7 votos favoráveis e 4 contrários, a terceirização em todas as atividades das empresas e respaldaram o fim de direitos trabalhistas.
Em nota, a CUT-RS repudiou a demissão em massa promovida pelo hospital e denunciou que a medida é consequência da “precarização do trabalho, sem qualquer negociação coletiva, mostrando a face cruel da terceirização irrestrita e da lei nº 13.467/17, a chamada reforma trabalhista do governo ilegítimo de Michel Temer (MDB)”.
“A terceirização é um modelo perverso de gestão, pois rebaixa salários e direitos, favorecendo somente os patrões, prejudicando os trabalhadores e lesando a Previdência Social, que arrecada menos para garantir os benefícios dos aposentados”, afirma o presidente em exercício da CUT-RS, Marizar de Melo.
“É um retrocesso que afronta a dignidade da classe trabalhadora e, por isso, estamos lutando pela revogação da reforma trabalhista, da lei da terceirização irrestrita e do congelamento por 20 anos do orçamento público para investimentos em saúde e educação”, destaca Marizar, que completa: ”nas eleições de outubro temos que eleger candidatos que se comprometam a varrer todo esse entulho do golpe”.
Com informações CUT-RS e Correio do Povo