Escrito por: Érica Aragão
Central lança campanha sobre Transição Justa. Objetivo é debater com a sociedade e sindicalistas como as mudanças climáticas e o uso das novas tecnologias no trabalho vão afetar nossas vidas
A CUT lançou nesta quarta-feira (9), durante os debates no 13º Congresso Nacional da CUT “Lula Livre” – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia, na Praia Grande (SP), o primeiro, de cinco vídeos, da Campanha sobre “Transição Justa”, para explicar quais os impactos que as mudanças climáticas e as novas tecnologias no futuro do trabalho provocarão na vida de toda sociedade. Outros quatro vídeos e uma cartilha sobre o tema serão lançados até o fim deste ano.
A Campanha, feita em parceria entre as secretarias de Relações Internacionais, de Formação e do Meio Ambiente, tem como proposta construir um debate com a sociedade e com os sindicalistas acerca das mudanças climáticas e das novas tecnologias do futuro do trabalho e de como os sindicados se organizam frente a esses temas.
No primeiro vídeo “O que é transição justa”, a CUT explica que para garantir que os trabalhadores e as trabalhadoras não paguem a conta pelas consequências negativas do crescimento global, que atingirão todo o planeta, é preciso formular Acordos Coletivos de Trabalho (ACT), que garanta os direitos e ofereça oportunidades, além de um conjunto de políticas elaboradas rumo a um modelo produtivo de baixas emissões de carbono na atmosfera.
Mas nada disso vai acontecer sem o movimento sindical, diz trecho do vídeo.
“Existe uma necessidade de se fazer uma transição do modelo produtivo atual para um que seja sustentável. No entanto, essa transição não pode ser feita à custa de mais trabalho informal, menos direito e menos seguridade social. Por isso temos que lutar por esta transição justa que leve em consideração os direitos da humanidade da classe trabalhadora e não apenas para o mercado financeiro”, explicou o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa.
Para o secretário do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, o tema de transição justa é muito importante porque quem sempre sofre com o ataque desenfreado do capital e dos empresários são o trabalhador e a trabalhadora, especialmente os mais pobres. Além disso, pontua Gaio, “nós sabemos muito bem que as indústrias que geram as energias limpas, solar e eólica, atacam a organização sindical e são as que produzem os piores empregos”.
Jordana MercadoGaio acredita que é preciso que os novos empregos gerados pelas novas matrizes, tanto de energia quanto da indústria, sejam de emprego digno, de salários justos e com representação sindical.
“É por isso que esta pauta será inserida no plano de lutas da Central”, afirma Daniel.
A ideia da campanha surgiu dos diversos debates de sindicalistas nos cursos de Energia e Trabalho, em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), em 2018, na Oficina de Transição Justa e o Futuro do Trabalho, organizado pela Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA). Também houve contribuição das discussões sobre o tema que ocorreram na 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT, realizada em maio deste ano.
“Na 4ª Conferência, os debates sobre o futuro do trabalho foram intensos e continuarão sendo fundamentais, porque essa discussão sobre a organização sindical está no centro de debate da formação. E o papel da secretaria de Formação é ter uma política ligada à estratégia da CUT para um desenvolvimento sustentável e justo”, afirmou a secretária de Formação da CUT, Rosane Bertotti.