MENU

Impedir Lula na eleição é usurpar o direito de mais de 30% do povo, diz Haddad

Ex-prefeito coordena plano de governo de Lula e nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, deu mais detalhes sobre esse trabalho. Gleisi afirmou que nome de candidato a vice pode surgir de aliança com partidos

Publicado: 19 Maio, 2018 - 12h13 | Última modificação: 19 Maio, 2018 - 12h30

Escrito por: Redação RBA

Reprodução
notice

A soberania do voto popular está em jogo com a prisão de Lula, disse o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, no início da noite desta sexta-feira (18).

“Mais de 30% da população quer votar no presidente Lula e pode ter esse direito usurpado, como já teve outros direitos usurpados ao longo dos últimos três anos. Temos de evitar mais uma usurpação, mais um tapetão”, afirmou o ex-ministro, ao defender o direito de Lula participar das eleições.

Haddad argumentou com base nas pesquisas eleitorais, que apontam Lula em primeiro lugar e com chance até mesmo de vencer no primeiro turno. A mais recente delas, da CNT/MDA, confere ao ex-presidente 32,4% das intenções de voto, superando de longe todos os concorrentes.

Haddad concedeu entrevista coletiva na IV Conferência da Amazônia, ao lado da senadora Gleisi Hoffmann. Ao final, a senadora disse que a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não discute ainda um nome para a vice-presidência, mas que o PT tem interesse em buscar alianças.

“Nós não temos a discussão de vice ainda, nenhum partido está fazendo isso, mas obviamente que nós queremos buscar alianças, queremos ter partidos conosco. Estamos conversando com o PCdoB, com o PSB, se elas vão resultar em uma composição eleitoral ainda não sabemos, mas o partido está aberto sim para ter um candidato a vice de outro partido para fazer a composição”.

Na visita de quinta-feira (17) ao ex-presidente, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, Haddad, que recebeu de Lula diretrizes do que chamou de “arquitetura de seu terceiro mandato”, disse estar impressionado com a disposição do ex-presidente de contribuir para fazer um país melhor. “A matriz do programa é como ele enxerga os problemas brasileiros”, disse.

“Ele está bastante apropriado sobre o que o povo está pensando”, disse ainda Haddad, depois de falar sobre o cronograma de elaboração pelo qual o programa de governo está passando. 

“Lula está disposto fisicamente e espiritualmente para esse embate. O Brasil nunca esteve em uma encruzilhada desta envergadura, nós nunca chegamos a colocar em risco a própria soberania do país, é isso o que está em jogo hoje”, disse, referindo-se à crise política e institucional do país desde o golpe de 2016, que retirou Dilma Rousseff da presidência, e que agora prossegue com a prisão do ex-presidente Lula.

O ex-prefeito disse que uma diferença marcante entre o golpe civil-militar de 1964 e o golpe parlamentar de 2016 está na questão do patriotismo, que marcava os militares e que agora é renegado pelo governo de Michel Temer. “É um descaso com o povo, as instituições, mas principalmente com a soberania nacional”.

“Apesar de não ter tanques nas ruas, este momento é mais delicado na história do Brasil em função do que está colocado para o futuro imediato. Nós podemos tomar um caminho ladeira abaixo se esse projeto representando PSDB e PMDB continuar no poder. Ou podemos retomar um projeto que mostrou viabilidade, vigor e capacidade de superação”. 

Confira a entrevista coletiva: