MENU

Inauguração da Estação Lula Livre dá início a 4ª Conferência de Formação da CUT

A 4ª Conferência de Formação foi uma construção coletiva com 27 etapas estaduais, 5 regionais, 6 temáticas em mais de 200 locais, elegeu cerca de 450 delegados e delegadas para a etapa nacional

Publicado: 27 Maio, 2019 - 18h52 | Última modificação: 27 Maio, 2019 - 19h16

Escrito por: Erica Aragão e Rafael Silva

Roberto Parizotti (Sapão)
notice

Para oficializar a abertura da 4ª Conferência Nacional da Formação da CUT “Somos e fazemos o trem da história”, que começou nesta segunda-feira (27), em Belo Horizonte, o cenário da plataforma de uma estação ganhou um nome especial: “Estação Lula Livre”.

Assim que o nome foi anunciado, a plateia completamente lotada ficou de pé e os cerca de 450 delegados e delegadas levantaram o coro “Lula Livre”, aprovando a homenagem ao ex-presidente Lula, que não pôde estar presente porque é mantido preso político em Curitiba desde 7 de abril de 2018.

Na sequência, foi lida a carta que a equipe de Formação da CUT enviou a Lula para falar sobre seu legado para o país e lembrar a importância do ex-presidente para a conquista de direitos que o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL), junto com os grandes empresários deste país, querem tirar da classe trabalhadora.

Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão)
Leitura da carta escrita pela rede de formação para o ex-presidente Lula

“Você, querido, presidente Lula, faz parte da construção desta história e segue sendo inspiração para a classe trabalhadora organizada. Orgulhamo-nos de ter construído e conquistado direitos que defendemos juntos com os demais companheiros da CUT por meio da eleição de um metalúrgico para presidente da República que transformou nosso país, promoveu inclusão e fez os trabalhadores acreditarem em si mesmos”, diz trecho da carta.

A resistência na construção da Conferência

A secretária Nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, lembrou que a realização da Conferência foi aprovada em 2016, quando o Brasil ainda era outro, mas a CUT, segundo ela, nunca duvidou da capacidade da luta dos trabalhadores para construir a atividade que trará propostas para fortalecer ainda mais a maior central sindical do país e da América Latina.

"Quando decidimos fazer essa conferência, jamais imaginávamos que estaríamos vivendo um momento como esse, de tanta violência, de golpe e ataques aos direitos e muito menos que o nosso presidente estaria preso politicamente. Mas, mesmo assim, não deixamos de acreditar na capacidade e na luta dos trabalhadores e estamos aqui", disse a secretária de Formação da CUT, se referindo a construção da 4ª Conferência Nacional de Formação.

Bertotti destacou ainda que, além dessas questões, houve a tentativa de criminalização do movimento sindical e ataques às formas de financiamento das entidades.

Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão)
De pé da esquerda para direita, Jairo, Carmen, Cristiana e Rosane Bertotti

"Quando pensamos em desistir, bebemos da base, que disse o seguinte: agora é que precisamos fazer a Conferência, pois o futuro do mundo do trabalho é agora".

“O fato das novas formas de trabalho estarem avançado deu a certeza que a CUT não poderia adiar mais esse debate. A central que nos deu tanta luta e conquistas precisa dar um novo passo, e a Formação tem um papel importante nessa construção", disse Bertotti.

A 4ª Conferência de Formação da CUT foi construída coletivamente, desde as etapas locais até a etapa nacional. Foram 27 Conferências estaduais, 5 regionais, 6 Conferências temáticas e mais de 200 locais que elegeram cerca de 450 delegados e delegadas para a etapa nacional.

"A Conferência teve um longo processo. Todos os cantos estão representados aqui. Do centro, norte, sul e interior dos estados. A atividade também é diversa, pois ouviu pessoas com deficiência, negros e negras, a juventude, LGBTs e muito mais", disse Rosane.

A vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, elogiou todo o processo da Conferência e disse que a formação é estratégica para todas as frentes que a Central está vivendo, desde o enfrentamento aos ataques à classe trabalhadora, o futuro do trabalho e da organização CUTista.

“Temos que construir um plano de formação como planejamento da luta, temos que enfrentar os ataques deste governo contra a classe trabalhadora e ainda organizar o 13º Congresso da CUT, que será em outubro na Praia Grande. Além disso, temos que nos reinventar para enfrentar este capital com a Indústria 4.0 e construir a maior greve geral da história do nosso país para o próximo 14 de junho e a formação tem esta missão importante para contribuir com a central”, afirmou Carmen.

“Quando a gente luta, organiza os trabalhadores e fica mais forte. Vamos atravessar o mar, a tempestade e vamos construir a vitória da classe trabalhadora”, finalizou a vice-presidenta da CUT.

Lidyane PoncianoLidyane Ponciano
Apresentação da região Sudeste

 

Emoção na abertura da Conferência em Belo Horizonte

A abertura da 4ª Conferência Nacional de Formação, desta segunda, começou com uma mística da escola São Paulo representado a região sudeste. Os educadores e a direção da escola entraram cantando uma adaptação de uma marchinha de carnaval “o abre alas”.

Ao som de violão, flauta, violino e sanfona, os artistas Susi e João Belo cantaram e recitaram poesias sobre o trem da formação. Os delegados e delegadas acompanharam as músicas e com o braço no ombro um do outro formaram o trem e passearam por todo o ginásio do Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte.

Os rompimentos das barragens da Vale em Mariana e Brumadinho foram lembrados em forma de poesia. Também foi destacado que outra barragem da mineradora em Barão de Cocai, que pode se romper a qualquer momento.

O Secretário-Geral da CUT Minas Gerais, Jairo Nogueira Filho, fez as honras da casa e participou da abertura da 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT. Ele disse que a presidenta da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, que também é deputada Estadual, não esteve presente porque foi participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os rompimentos de barragens no Estado.

“Em Minas temos 800 barragens e 30 estão com risco de rompimento e estamos debatendo sobre a privatização, porque a Vale antes de ser privatizada não tinha estes acontecimentos e agora a ganância do capital só faz sobrar pra gente mortes de trabalhadores, rejeitos e rompimentos das barragens de minérios”, disse Jairo.

Segundo o Secretário-Geral da CUT Minas, com a conjuntura que estamos vivendo a 4ª Conferência Nacional de Formação é a esperança de pensarmos estratégias para a luta da classe trabalhadora.

“Nós sairemos daqui mais fortes eu não tenho dúvidas. As estratégias tiradas aqui serão fundamentais para fortalecimento da central e para construirmos a luta em defesa da classe trabalhadora”, finalizou Jairo, que elogiou a atividade e o cenário do trem, tão representativo para o Estado.

Lidyane PoncianoLidyane Ponciano
450 delegados e delegadas da 4ª Conferência Nacional de Formação

 

Solidariedade

A Conferência de Formação foi feita na base da solidariedade, do apoio e união dos sindicatos, que fizeram rifas, festas e doações.

“Isso é fruto do trabalho da rede de organização. Os organizadores também garantiram a participação de trabalhadores e trabalhadoras de diferentes e diversas regiões e a solidariedade foi fundamental para realização desta atividade”, lembrou a secretária de Formação da CUT, Rosane Bertotti.