Escrito por: Redação CUT / Rosely Rocha
O desemprego recuou 0,9% no trimestre móvel de novembro de 2021 a janeiro de 2022, mas no mesmo período renda caiu e aumentou o número de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada e os por conta própria
A taxa de desemprego do trimestre de novembro do ano passado a janeiro deste ano foi de 11,2% – um recuo de 0,9% -, mas ainda atinge 12 milhões de trabalhadores em todo o país, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (18).
Além do número alto de trabalhadores desempregados, outro reflexo negativo da reforma Trabalhista de Michel Temer (MDB-SP), mantida e aprofundada por Jair Bolsonaro (PL), que a Pnad mostra é que aumentou em 3,6% (427 mil), o número de trabalhadores na iniciativa privada sem carteira de trabalho assinada, portanto, sem 13º salário, férias e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outros direitos. Um índice maior do que o número de trabalhadores com carteira assinada que cresceu apenas 2% (+ 681 mil pessoas).
Outro dado indicativo de que o mercado de trabalho ainda patina é o número de trabalhadores por conta própria que subiu 10,3% (mais de 21,4 milhões), na comparação entre os primeiros trimestres encerrados em de janeiro de 2021 e de 2022. Hoje o Brasil tem 25,6 milhões de pessoas nesta situação.
E, para piorar, o rendimento médio do trabalhador também caiu. Ficou em R$ 2.489 no trimestre encerrado em janeiro – uma redução de 1,1% frente ao trimestre anterior e de 9,7% em comparação ao trimestre de 2021.
De acordo com o IBGE, nenhuma categoria apresentou alta no rendimento. Na indústria, houve queda de 4,1%, (ou menos R$ 102); no setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais a queda foi de 2,1%, (ou menos R$ 76).
A população desempregada – 12 milhões de trabalhadores
O contingente de pessoas ocupadas foi estimado em aproximadamente 95,4 milhões, com alta de 1,6% (1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e de 9,4% (8,2 milhões de pessoas) ante o mesmo período de 2021.
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 55,3% cresceu 0,7 % frente ao trimestre anterior (54,6%) e 4,3% ante igual trimestre do ano anterior (51,1%).
A taxa composta de subutilização (23,9%) caiu 1,9% em relação ao trimestre de agosto a outubro (25,7%) e 5,1% na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2021 (29,0%).
A população subutilizada (27,8 milhões de pessoas) teve queda de 7,2% (menos 2,2 milhões) frente ao trimestre anterior (29,9 milhões) e de 15,5% (menos 5,1 milhões) na comparação anual (32,9 milhões).
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (6,9 milhões de pessoas) apresentou redução em relação ao trimestre anterior, de -9,7% (menos 741 mil pessoas). Em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2021, este indicador apresentou estabilidade.
A população fora da força de trabalho (64,9 milhões de pessoas) permaneceu estável quando comparada com o trimestre anterior e caiu (menos 3,9 milhões de pessoas) na comparação anual.
A população desalentada (4,8 milhões de pessoas) teve redução de 6,3% (menos 322 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 18,7% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (4,2%) registrou variação de menos -0,3% frente ao trimestre anterior (4,5%) e de -1,2% frente ao o mesmo trimestre do ano anterior (5,4%).
No trimestre móvel de novembro de 2021 a janeiro de 2022, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 107,5 milhões de pessoas, apresentou um incremento de 612 mil pessoas (0,6%), comparada ao trimestre de agosto a outubro de 2021, e de 5,5 milhões de pessoas (5,4%) frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
O número de trabalhadores domésticos (5,6 milhões de pessoas), apresentou estabilidade no confronto com o trimestre anterior, mas subiu 19,9% (mais 931 mil pessoas) no ano.
O número de empregados no setor público (11,4 milhões de pessoas) apresentou aumento de 1,9% frente ao trimestre anterior. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, ficou estável.
O número de empregadores (4,0 milhões de pessoas) apresentou elevação em relação ao trimestre anterior de 3,9% (149 mil pessoas). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, ficou estável.
Com informações do IBGE