O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que visitará o Acampamento Terra Livre na manhã desta terça-feira (12).
Indígenas marcham contra projeto de Bolsonaro que abre suas terras à mineração
PL 191/2020 beneficia também o garimpo e grandes construtoras; Lula participa da mobilização dos indígenas nesta terça-feira (12)
Publicado: 12 Abril, 2022 - 11h47 | Última modificação: 12 Abril, 2022 - 12h29
Escrito por: Redação RBA
Oliver Ninja/Mídia Ninja
Cerca de 7 mil indígenas marcharam em Brasília, na tarde de hoje (11), contra o Projeto de Lei 191/2020, de autoria do governo de Jair Bolsonaro, que autoriza a exploração em grande escala de atividades danosas ao meio ambiente em territórios já demarcados, como mineração, garimpo, atividades agropecuárias e construção de hidrelétricas. A atividade integra a agenda do Acampamento Terra Livre (ATL), que começou no último dia 4 e vai até esta quarta-feira (14), na capital federal.
O percurso dos manifestantes incluiu o Ministério das Minas e Energia, onde fizeram o ato político “Ouro de Sangue”, chamando atenção para a violência e as violações de direitos sofridas pelos povos indígenas sobretudo com a chegada de Bolsonaro à Presidência. Com ele veio o apoio a garimpeiros e desmatadores por meio de discursos, ações e criação de políticas que fizeram explodir a devastação dos territórios, o desmatamento, a contaminação dos rios, as doenças, a fome e a morte entre os povos da floresta.
O ATL, que tem apoio de movimentos sociais e personalidades, tem como objetivo pressionar o governo, o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e também representantes de governos estrangeiros para temas urgentes relativos à questão indígena, como a demarcação de terras, mas também ambientais.
Na semana passada, as lideranças Sonia Guajajara, Eloy Terena, Elisa Pakararu e André Guajajara estiveram com o embaixador da Alemanha, Heiki Thoms, para falar sobre o apoio à agenda dos povos indígenas, o fortalecimento das suas organizações e a retomada de anúncios feitos na COP26, quando a Alemanha foi favorável a zerar o desmatamento de florestas tropicais e a direcionar recursos para povos indígenas no valor de 1,7 bilhões de dólares.